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28 de março de 2024

Anadia/AL, 28 de março de 2024

ANÁLISE: Por que Trump escolheu ficar ao lado da Arábia Saudita?

ABN - Alagoas Brasil Noticias

Em 21 de novembro de 2018

No fim, o pragmatismo prevaleceu sobre os direitos humanos, e o presidente Donald Trump optou por priorizar os negócios entre EUA e Arábia Saudita. Livrou o rei Salman e o príncipe Mohammed bin Salman de qualquer responsabilidade no brutal assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, torturado e esquartejado dentro do consulado em Istambul, salvando, assim, contratos de US$ 450 bilhões com a monarquia autocrata.

Trump lavou as mãos num comunicado de 653 palavras e cheio de exclamações, encerrado com o seu slogan predileto: “Os EUA primeiro!”. Para o senador republicano Rand Paul, a mensagem, contudo, equivaleu ao mesmo que “Arábia Saudita primeiro”.

Mais uma vez, o presidente contraria seus serviços de inteligência. A CIA concluiu que a ordem de matar Khashoggi partiu de Mohammed bin Salman. Mas, apesar dos áudios da tortura aplicada ao jornalista, Trump alegou que não há evidências e que a verdade sobre o crime talvez nunca seja conhecida.

 

Jamal Khashoggi, jornalista crítico ao governo da Arábia Saudita, desapareceu após entrar no consulado do seu país em Istambul  — Foto: Mohammed al-Shaikh/AFP

Jamal Khashoggi, jornalista crítico ao governo da Arábia Saudita, desapareceu após entrar no consulado do seu país em Istambul — Foto: Mohammed al-Shaikh/AFP

Sua classificação do reino como grande aliado dos EUA e de Khashoggi como inimigo da monarquia irritou republicanos. “Grandes aliados não torturam seus próprios cidadãos em uma armadilha e depois os matam”, tuitou o senador Jeff Flake.

O Congresso americano se habituou a fazer vista grossa às violações aos direitos humanos cometidas pela monarquia saudita. Mas, desta vez, a postura do presidente sobre a morte do jornalista deflagrou a pressão bipartidária no Capitólio por mais sanções e também pela revisão de contratos de venda de armas ao reino.

 

Encontro do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e do rei da Arábia Saudita, Salman bin Abdulaziz al-Saud, em Riad, em 20 de maio de 2017  — Foto: Mandel Ngan / AFP

Encontro do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e do rei da Arábia Saudita, Salman bin Abdulaziz al-Saud, em Riad, em 20 de maio de 2017 — Foto: Mandel Ngan / AFP

Logo após a divulgação do comunicado do presidente, os dois principais senadores do Comitê de Relações Exteriores do Senado — o republicano Bob Corker e o democrata Robert Menendez — enviaram carta à Casa Branca cobrando uma investigação sobre a atuação do príncipe.

Eles evocam a Lei Global Magnistky, de 2016, que dá ao Congresso a autoridade para ordenar que o governo investigue suspeitos de violações de direitos humanos ou corrupção e, por consequência, determine a aplicação de sanções.

Trump deixou claro que não prejudicará os interesses americanos no Oriente Médio. Ressaltou que no mundo perigoso em que vivemos, o verdadeiro inimigo dos EUA é o Irã e não a Arábia Saudita, que proporcionará milhares de empregos aos americanos.

Na véspera do Dia de Ação de Graças, além dos perus “Peas” e “Carrots”, o presidente perdoou também o regime saudita.

Fonte: G1 MUNDO

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