Anadia/AL

28 de março de 2024

Anadia/AL, 28 de março de 2024

Encontradas duas moléculas com potencial para tratar tipo agressivo de câncer cerebral

ABN - Alagoas Brasil Noticias

Em 15 de fevereiro de 2021

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Em artigo publicado na Nature Communications, consórcio internacional com a participação de pesquisadores da Unicamp demonstra que compostos atuam sobre as células-tronco tumorais do glioblastoma, um tipo de tumor com poucas opções de tratamento |

André Julião | Agência FAPESP | Roberta Ruela/CQMED-Unicamp | 12:00

Um grupo de pesquisadores do Canadá, Brasil e Estados Unidos identificou duas moléculas com potencial para tratar o glioblastoma, um dos mais agressivos tipos de câncer do cérebro, com taxa de sobrevivência inferior a 10%. As moléculas atuam especificamente sobre as células-tronco tumorais, que têm relação importante com a resistência aos tratamentos. Segundo os pesquisadores, poucos compostos são capazes de atuar sobre esse tipo de célula, que existe em pequenas quantidades nos tumores.

O estudo, publicado na Nature Communications, foi realizado no âmbito do Structural Genomics Consortium (SGC), que tem como parceiro no Brasil o Centro de Química Medicinal da Universidade Estadual de Campinas (CQMED-Unicamp), apoiado pela FAPESP.

“As duas moléculas agem sobre uma mesma proteína, mas possuem diferentes mecanismos de ação sobre o tumor. Uma vez que é uma doença com poucas opções de tratamento, é preciso trabalhar com a possibilidade de uma terapia combinada, que atacaria o tumor em diferentes frentes. Nosso trabalho aumenta a compreensão do mecanismo de ação dessas moléculas”, explica Katlin Brauer Massirer, pesquisadora do Centro de Biologia Molecular e Engenharia Genética (CBMEG-Unicamp) apoiada pela FAPESP e uma das coordenadoras do estudo.

Os compostos – chamados GSK591 e LLY-283 – inibem a proteína PRMT5, que atua na replicação das células-tronco tumorais. Desse modo, conseguem impedir a progressão do tumor.

“Em condições normais, essa proteína [PRMT5] é muito importante para um processo de controle celular que chamamos de splicing do RNA [processamento do RNA mensageiro para a produção de proteínas]. No glioblastoma, porém, o excesso dessa molécula desregula esse processo e favorece o crescimento do tumor. O que esses inibidores fazem é a ligação física na proteína PRMT5, impedindo que ela atue de maneira desregulada”, explica Felipe Ciamponi, coautor brasileiro do trabalho, realizado durante seu mestrado no CBMEG-Unicamp, onde atualmente faz doutorado.

Fonte: Gazeta Web 

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