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A crise no mercado de trabalho atinge de forma desigual diferentes grupos sociais e regiões do Brasil. O índice de desemprego no país é de 11,8%, mas a taxa é maior para mulheres, jovens e pessoas com baixa escolaridade. É o que mostram os dados do quarto trimestre de 2017 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) trimestral divulgada nesta sexta-feira (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Além dos desempregados, esses grupos também são os mais afetados entre os trabalhadores subutilizados, contingente que soma 26 milhões de pessoas no Brasil.
Veja o índice de desemprego por gênero, idade, escolaridade e estado:
Infográfico mostra índice de desemprego por gênero (Foto: Ilustração: Juliane Souza)
Entre as mulheres, o índice de desemprego fechou o ano em 13,4%, contra 10,5% entre os homens. Eles, no entanto, são maioria no contingente de desempregados: havia 6,07 milhões de homens desocupados, contra 6,24 milhões de mulheres no fim do ano passado.
O motivo, segundo o IBGE, é que a presença dos homens ainda é mais forte no mercado de trabalho.
Idade
Infográfico mostra a taxa de desemprego entre os jovens (Foto: Ilustração: Juliane Souza)
Os mais jovens sofrem mais com a falta de trabalho do que os mais velhos, apontam os dados do IBGE (veja gráfico acima).
“Historicamente, a população mais afetada pela falta de oportunidade no mercado de trabalho são as mulheres, os mais jovens – muito por conta da falta de experiência – e os pretos e pardos”, afirmou o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.
Escolaridade
Infográfico mostra índice de desemprego por nível de instrução (Foto: Ilustração: Juliane Souza/G1)
Os dados do IBGE mostram que a taxa de desemprego é maior entre as pessoas com menor escolaridade (veja gráfico acima). Os mais afetados são aqueles que têm ensimo médio incompleto – para esse grupo, a taxa é de 20% -, contra 6,2% para os profissionais com curso superior.
Thaís Gonçalves da Silva, de 21 anos, está desempregada há um ano e meio (Foto: Fabio Tito/G1)
Thaís Gonçalves da Silva, de 21 anos, está entre os grupos que mais sofrem com a falta de trabalho. Desempregada há 1 ano e meio. Ela procura emprego todos os dias, seja pela internet ou entregando seu currículo em empresas e agências de recrutamento.
“Agora as empresas, por exemplo, só aceitam homens para o cargo de conferente. Para recepcionistas exigem idade mínima de 25 anos. E quando concorro com pessoas com nível superior completo acabo perdendo a vaga”, lamenta.
Agora ela decidiu tentar vaga para auxiliar de limpeza. “Não dá mais pra escolher, o que vier eu pego”, diz. Na quarta-feira (21) ela caminhou o dia todo pelo centro de São Paulo e entregou currículo em supermercados, lanchonetes e lojas. “Eles só pegam e dizem que vão entrar em contato. Mas eu não posso desistir”, afirma.
Desemprego por estado
O estado onde o desemprego foi mais alto no fim de 2017 é o Amapá, seguido de Pernambuco e Alagoas. Já Santa Catarina, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul tiveram as menores taxas (veja abaixo).
Infográfico mostra índice de desemprego por estado (Foto: Ilustração: Juliana Souza/G1)
O ano foi marcado pela expansão forte dos trabalhadores autônomos, os chamados por conta próprio, o que segurou a taxa de desemprego.
“O trabalhador por conta própria é uma pessoa que desenvolve atividade econômica e não tem emprego. Essa população aumenta em momentos de crise econômica. Associada ao emprego sem carteira, ela indica o trabalho informal, ou seja, o aumento do trabalho precário”.
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FONTE: G1