Rússia tem um novo leque de armas com capacidade nuclear, incluindo um míssil balístico intercontinental que torna os sistemas de defesa “inúteis”, anunciou o presidente Vladimir Putin nesta quinta-feira (1º). Esse míssil tem um alcance mais longo do que qualquer outro e pode atingir praticamente qualquer alvo no mundo, enfatizou.
Ele também advertiu que Moscou consideraria qualquer ataque nuclear, de qualquer tamanho, contra ele ou seus aliados, um ataque à Rússia que levaria a uma resposta imediata.
Falando no salão de exposições de Manege, em Moscou, Putin apresentou os objetivos da Rússia para os próximos seis anos, com a ajuda de infográficos e vídeos animados. Ele se concentrou no desenvolvimento da economia, infra-estrutura, saúde e educação na Rússia.
A menos de 3 semanas da eleição presidencial, em que deve garantir novo mandato, a expectativa era de que seu discurso seguisse uma linha de campanha, em vez de fazer o tradicional panorama governamental que acontece todos os anos.
Mas, numa guinada inesperada, o presidente dedicou quase trinta minutos de sua fala de duas horas para discutir – e exibir em uma série de vídeos – as novas capacidades de mísseis nucleares da Rússia. “Ninguém no mundo tem algo igual, por enquanto. É algo fantástico!”, afirmou o líder russo.
Putin durante seu discurso em Moscou (Foto: AP/Alexei Nikolsky)
“Espero que o que foi dito hoje iniba qualquer potencial agressor ou gestos hostis à Rússia, como a implantação de um sistema antimíssil e o desenvolvimento da infra-estrutura da Otan perto de nossas fronteiras. Isso deve ser visto como ineficaz do ponto de vista militar, financeiramente dispendioso e simplesmente inútil. Ninguém nos ouviu antes. Ouçam-nos agora”, disse.
Redução da pobreza
Além da fala sobre armas, Putin prometeu nesta quinta melhorar o nível de vida dos russos e reduzir à metade o nível de pobreza “inadmissível” durante o mandato de seis anos que provavelmente receberá nas eleições de 18 de março.
O presidente destacou a importância no investimento em infraestruturas e saúde para evitar que o país fique atrasado, o que no seu entender seria o “principal inimigo”.
“Os próximos anos serão decisivos para a vida do país”, afirmou o presidente, que considera “essencial o desenvolvimento do bem-estar”.
“Temos que resolver uma das tarefas chave da próxima década: garantir um crescimento seguro, a longo prazo uma renda real aos cidadãos e reduzir a taxa de pobreza no mínimo à metade em seis anos”, declarou Putin.
O número de pobres no país caiu, segundo Putin, de 42 milhões no ano 2000 a quase 20 milhões atualmente. A tendência de queda desacelerou em seu último mandato (2012-2018) em consequência da recessão econômica.
“O atraso, este é o nosso inimigo”, disse Putin, que enfatizou a importância dos avanços tecnológicos para que a Rússia, com um “potencial colossal”, não fique de fora da “revolução tecnológica”.
Putin está há mais de 18 anos no comando da Rússia, como presidente ou primeiro-ministro. Agora é candidato a um quarto mandato de seis anos nas eleições presidenciais de 18 de março, que provavelmente vencerá ante a falta de uma oposição forte.
FONTE: G1MUNDO
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