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28 de março de 2024

Anadia/AL, 28 de março de 2024

Setor sucroalcooleiro é responsável por 45,28% dos afastamentos de trabalho em Alagoas

ABN - Alagoas Brasil Noticias

Em 14 de abril de 2019

Segundo o Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho, o setor sucroalcooleiro é responsável por cerca de 45,28% dos afastamentos de trabalho no estado. Em um ranking apresentado pelo observatório, o setor de produção de açúcar em bruto aparece em primeiro lugar, seguido da atividade de atendimento hospitalar, que representa 8,90% dos afastamentos das atividades profissionais.

Em fevereiro deste ano, o jovem Jhonatan da Silva, de 31 anos, foi levado ao Hospital Geral do Estado (HGE), após ter caído em um tanque contendo vinhaça aquecida em uma usina localizada na cidade de São Miguel dos Campos. Segundo o Serviço de Atendimento Móvel (Samu), o trabalhador teve quase 100% do corpo queimado.

No boletim do HGE, a unidade de saúde informou que ele chegou a ter lesões de primeiro, segundo e terceiro graus, devido as queimaduras, mas acabou não resistindo a gravidade dos ferimentos e morrendo ainda no hospital.

Para o procurador do Ministério Público do Trabalho (MPT), em Alagoas, Rodrigo Alencar, o índice de acidentes de trabalho no setor sucroalcooleiro ainda é preocupante, mas o órgão tem buscado realizar as autuações. “O MPT atua de maneira direta, buscando reprimir a empresa responsável e também tomamos uma série de medidas que forem necessárias contra os responsáveis”, destacou.

Ainda conforme dados do Observatório Digital, ao todo, 133 trabalhadores acabaram mortos devido a acidentes de trabalho em Alagoas. Os dados desta pesquisa foram coletados entre os anos de 2012 e 2017.

Ainda segundo o procurador Rodrigo Alencar, o Ministério Público do Trabalho tem buscado agir de maneira firme para que o cumprimento da lei seja efetivado. “O Ministério Público não atua somente quando é comunicado através de denúncias, o MPT também busca trabalhar com atuações próprias”.

O Observatório Digital mostra também que o motivo mais frequente de acidente e doenças de trabalho representando por 30,40% dos casos trata-se de corte, laceração, ferida contusa e punctura.

Segundo o técnico em segurança do trabalho, Rosival Gomes, fazer o uso do Equipamento de Proteção Individual (EPI) e também o uso do Equipamento de Proteção Coletiva (EPC) é essencial para que danos maiores não ocorram em casos de acidentes.

O técnico em segurança do trabalho, defende ainda que maior uso nos ambientes de trabalho seja o equipamento de proteção coletiva. “Se nós tivéssemos o maior uso de proteção coletiva não teríamos tantos registros de acidentes que poderiam ser evitados, ” destacou.

Segundo dados do HGE, entre os anos 2017 a 2019 a unidade de saúde atendeu cerca de 6.132 casos de acidentes de trabalho, sendo o maior número de atendimentos no ano de 2017 com 2.932 atendimentos.

O procurador Rodrigo Alencar destaca que é preciso tomar cuidado quando se refere a acidente de trabalho e doenças ocupacionais. “Quando a gente fala de acidente de trabalho e doenças ocupacionais, que levam ao afastamento, devemos tomar um certo cuidado, pois segundo alguns estudiosos, 95% das doenças e acidentes de trabalho não chegam até o conhecimento das autoridades e isso é preocupante”, disse Rodrigo Alencar.

Além disto, Rosival Gomes, especialista em segurança do trabalho, destaca ainda que independentemente do tamanho da empresa e do seu segmento de atuação ela dispõe de um grau de risco relacionado a saúde e segurança do trabalho. “É de fundamental importância a presença de um técnico de segurança do trabalho dentro da empresa, pois este profissional vai implementar e fomentar atitudes como a sensibilização do trabalhador através de palestras, treinamentos, pois não adianta ter os equipamentos de proteção coletiva ou até mesmo individual e não saber usá-los de maneira correta.

Fonte: Cada Minuto

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