Raquel Dodge não se candidatou à reeleição na PGR
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A atual procuradora-geral da República, Raquel Dodge, não se inscreveu para a eleição que escolherá três nomes para serem oferecidos a Jair Bolsonaro (PSL) para que ele indique o novo chefe do Ministério Público Federal (MPF). O presidente não é obrigado seguir a lista e pode escolher outro nome – inclusive o de Dodge.
O prazo para inscrições, realizadas na sede da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), terminou às 18h de hoje, com dez inscritos:
1. Antonio Carlos Fonseca Silva, subprocurador-geral da República
2. Blal Dalloul, procurador regional da República
3. José Bonifácio de Andrada, subprocurador-geral da República
4. José Robalinho Cavalcanti, procurador regional da República
5. Lauro Cardoso, procurador regional da República
6. Luiza Frischeisen, subprocuradora-geral da República
7. Mário Bonsaglia, subprocurador-geral da República
8. Nívio de Freitas, subprocurador-geral da República
9. Paulo Eduardo Bueno, subprocurador-geral da República
10. Vladimir Aras , procurador regional da República
Qualquer membro de carreira do Ministério Público Federal com mais de 35 anos pode se candidatar à lista.
A eleição ocorrerá em junho, e o novo mandato à frente da PGR se inicia em 17 de setembro, com validade de dois anos.
Tradição
Desde 2003, primeiro ano de mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tornou-se tradição escolher o procurador-geral a partir da lista tríplice. Mas Bolsonaro pode ignorá-la.
Questionado por parlamentares e aliados sobre a escolha do novo PGR, Bolsonaro afirmou que atenderá à lista somente se tiver “um nome nosso”.
Reconduzir Dodge para mais um mandato também é permitido por lei. Mas ela se encontra desgastada por embates com parlamentares e com ministros do Supremo Tribunal Federal — o mais recente desses atritos se deu pelo inquérito aberto pelo presidente da corte, Dias Toffoli, que apura ‘fake news’ e difamações contra os magistrados.
Ao mesmo tempo, escolher alguém de fora da lista poderia criar um atrito do governo para com o MPF. Ao UOL, o presidente ANPR, procurador José Robalinho Cavalcanti, postulante à lista tríplice, disse que a escolha de um nome a partir dessa seleção garante a independência de atuação.
A indicação para de Bolsonaro para a PGR ganhou novos contornos desde que foi revelada a quebra de sigilo de seu filho mais velho, o senador Flávio Bolsonaro (PSL), na última segunda-feira (13). O ‘zero um’ vem atacando de forma intensa o Ministério Público do Rio de Janeiro, responsável pela investigação.
O MP-RJ chegou a ironizar F. Bolsonaro em uma nota de repúdio às suas declarações, dizendo que “o senador é presença constante na imprensa, mas jamais esteve no MPRJ, apesar de convidado”.
Ao escolher o novo nome, Bolsonaro escolherá, em última instância, o chefe para o órgão atacado por seu filho.
Fonte: Gazeta web