Anadia/AL

7 de dezembro de 2024

Anadia/AL, 7 de dezembro de 2024

CPI convoca presidente da Braskem por danos da mineração em Maceió

ABN - Alagoas Brasil Noticias

Em 28 de fevereiro de 2024

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Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Senadores da CPI da Braskem aprovaram, nesta quarta-feira (28), a convocação do diretor-presidente da empresa, Roberto Bischoff, que deve depor sobre o legado de tremores de terra e destruição das mais de quatro décadas da mineração de sal-gema, operada pela petroquímica, que afundaram o solo de cinco bairros de Maceió. Outras sete pessoas foram convocadas para tratar do que é considerado o maior desastre socioambiental urbano do mundo.

A reunião presidida pelo senador Omar Aziz (PSD-AM) foi além da garantia da convocação do principal representante da Braskem. E avançou na convocação de um quadro de técnicos de instituições responsáveis por dados científicos que apontam a atividade de extração mineral como causa da destruição que expulsou mais de 60 mil pessoas de suas casas e empresas, nos bairros de Bebedouro, Bom Parto, Farol, Mutange e Pinheiro.

Bischoff tem reforçado que a Braskem tem atuado, há mais de quatro anos, para cumprir um compromisso de preservação da vida e da segurança das vítimas do desastre. E chegou a dizer que o tema sofre influência de situação política que teria distorcido informações sobre o caso.

A convocação de Bischoff foi requerida pelo senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL), que teve familiares afetados pelo desastre no bairro do Pinheiro. Aliado político do prefeito João Henrique Caldas, o “JHC” (PL), o senador disse que vai exigir esclarecimentos do presidente da Braskem, e buscar que vitimas e a cidade tenham justiça feita, com mais reparações pelo “imenso dano causado pela empresa”.

Convocações técnicas

Além dele e de Marcelo Arantes, diretor de Comunicação da Braskem, foram convocados técnicos como:

– Thales Sampaio, coordenador dos estudos da antiga Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM, atual Serviço Geológico do Brasil), que concluíram pela responsabilização da Braskem no desastre;

– Abel Galindo Marques, engenheiro civil e professor aposentado da Universidade Federal de Alagoas, que foi o primeiro cientista a indicar que a Braskem formou cavernas ao esvaziar minas de sal e desestabilizou o solo dos bairros de Maceió;

– Mauro Henrique Moreira Sousa, diretor-geral da Agência Nacional de Mineração (ANM)

– José Geraldo Marques, ativista em ecologia, pós-doutor em meio ambiente e vítima da evacuação dos bairros atingidos;

– Natallya de Almeida Levino, professora da Universidade Federal de Alagoas;

– Wolnei Wolff Barreiros, chefe da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional.

Lágrimas de sal

Em dezembro de 2023, a Polícia Federal deflagrou a Operação Lágrimas de Sal, com o objetivo de “robustecer o conjunto de provas de crimes e omissões”, após mais de quatro anos de investigação sobre as atividades da Braskem. Segundo a PF, as ilegalidades já apuradas envolvem a apresentação de dados falsos para órgãos fiscalizadores.

A CPI foi criada pelo requerimento do senador Renan Calheiros (MDB-AL), que desistiu de compor o colegiado, após perder espaço político e ter frustradas suas pretensões de comandar as investigações sobre a empresa que ele chegou a presidir, entre 1993 e 1994.

*Redação com Diário do Poder 

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