Aarão José e Maria Costa – Ascom da Polícia Científica de Alagoas
A Polícia Científica de Alagoas divulgou na manhã de hoje (19), um balanço das perícias criminais realizadas pela Chefia de Crimes de Informática do Instituto de Criminalística no ano passado. Os peritos do setor realizaram 431 exames periciais que originaram 225 laudos emitidos que contribuíram diretamente para investigações de diversos inquéritos policiais.
Conforme o perito criminal Ivan Excalibur, chefe de perícias internas, em 2023, a Chefia de Crimes de Informática periciou 163 aparelhos de celulares, 176 chips de celulares, 46 HDs/SSD de computadores e laptops. Também foram examinadas 38 mídias de armazenamento (pendrive), 1 tablet, e 7 outros tipos de dispositivos eletrônicos.
Os números superam o ano 2022, quando foram realizados 411 exames e foram emitidos 225. Mas, desde que o núcleo foi criado, em 2017, os peritos criminais que estão ou passaram pelo setor já realizaram 2.597 exames e emitiram 1.564 laudos que embasaram inúmeros inquéritos policiais de diversas naturezas criminal.
Um dos focos no ano passado foram as operações de combate à rede de venda e consumo de pedofilia e pornografia infantil, identificando criminosos e vítimas, mas o setor atuou também em várias outras áreas, como crimes de homicídios e fraudes. Eles também realizam serviços de análise de sistema operacional, invasão de servidores, análise de imagens, de conteúdo e comparação de locutores.
Ivan Excalibur esclareceu que a informática forense tem cada dia mais importância na atuação contra crimes, porque o mundo hoje é virtual. Segundo ele, um celular pode revelar muitas informações, consequentemente a prática de crimes pode ser comprovada através do mundo tecnológico, principalmente crimes realizados nesse âmbito.
“Se eu pegar um telefone de uma pessoa suspeita de crime para periciar, ele vai revelar muito da vida dela, inclusive se ela praticou algum tipo de crime. Através do exame pericial, conseguimos verificar se existiu o planejamento de prática delituosa, fazemos o georreferenciamento da pessoa, por onde ela andou, até pesquisa no histórico de consulta. Então, a informática forense, a cada dia que passa, será mais demandada, os próprios números dos exames e laudo aqui do setor já comprovam isso”, afirma o perito.
O perito explicou que a média de tempo desses exames varia conforme as informações do aparelho. Em dispositivos grandes, devido ao volume de dados, a análise e duplicação de dados pode demorar. Geralmente, em um HD, é preciso cerca de uma semana para concluir o exame, fazendo todos os procedimentos, análise e elaboração do laudo.
Já no smartphone a estimativa de duração do exame é variável dependendo dos tamanhos de armazenamentos e do objetivo da perícia, geralmente levando em torno de 30 horas para entregar o laudo do smartphone, isso depende também das condições do dispositivo, caso o aparelho se encontre quebrado, o prazo pode aumentar.
Para essas atividades periciais, os peritos utilizam equipamentos como UFED 4PC, XRY e o Octoplus da LG para a extração de dados de smartphones. Esses equipamentos de licença proprietária e outros dispositivos gratuitos são utilizados por eles para desbloquear os smartphones e fazer a coleção de evidências para análise.
Atualmente, o setor de informática forense conta com peritos criminais José Farias (chefe do setor), Luiz Dionísio, Ivan Excalibur e Charles Mariano, mas a expectativa para este ano é que entrem mais quatro peritos no setor. Há também perspectivas de que cheguem novas ferramentas de trabalho, o que irá aumentar os números de produção de laudo e consequentemente ter mais agilidade para a investigação.
Redação com Agência Alagoas