Secretário de Estado da Comunicação, Joaldo Cavalcante – Foto: Reprodução
Carlos Victor Costa / Agência Alagoas
O secretário de Estado da Comunicação (Secom), Joaldo Cavalcante, concedeu entrevista ao jornalista Flávio Gomes de Barros, apresentador do Contextualizando da TV Pajuçara, no domingo, 7 de abril, data que se comemorou o Dia Nacional do Jornalista. Entre os principais pontos destacados pelo secretário está a interação entre as pastas de comunicação dos estados do Nordeste, os principais projetos executados pela Secom e o trabalho feito na formação de uma imagem positiva do poder público.
Joaldo abriu a entrevista deixando uma mensagem para a categoria pela passagem do Dia Nacional do Jornalista, comemorado no dia 7 de abril. Ele destacou a reafirmação da profissão e posição que a comunicação exerce principalmente num momento complexo para a sociedade que é a crescente disseminação de fake news.
“Há uma profusão de ferramentas nesse mundo digital. Inclusive no passado a gente discutia a barrigada (jargão jornalístico que se refere à notícia inverídica) e que, muitas vezes, acontecia de forma involuntária pelo profissional. Hoje a gente convive com o problema das fakes e é algo assim que em regra é difundida e deliberada para fazer um processo sistemático e quase infindável de confusão na cabeça das pessoas. As pessoas precisam entender que não dá para replicar automaticamente e é preciso ligar o desconfiômetro nesse momento antes de passar para um parceiro ou familiar”.
Durante a entrevista, ele também falou sobre sua nova passagem pela Secretaria de Comunicação. Joaldo foi secretário durante a gestão do ex-governador Ronaldo Lessa, de 1999 a 2006. Segundo o secretário, a Secom está hoje com um nível de atribuição mais ampliado no sentido de uniformização das informações que vem das assessorias dos órgãos ligados ao Governo do Estado.
“Essencialmente a gente tem a mesma atribuição, a missão de difundir informações geradas pelo poder público, uma fonte constante diária de muita informação. As informações se ampliaram em relação ao passado. Lá atrás estávamos vivendo com o processo de informatização e hoje estamos discutindo uma nova transformação digital dentro do serviço público. Isso tem muito a ver com o processo de difusão da informação de natureza governamental. As ferramentas digitais ocupam hoje um espaço que vai desde o repasse de informações diárias para os veículos de comunicação diversos, sejam os convencionais, sejam as ferramentas de redes sociais, até a de prestação de serviço direto ao cidadão pela Agência Alagoas, plataforma governamental. Então essa ampliação e a presença do universo digital dentro de uma área de comunicação governamental são muito mais amplas”.
Ao falar sobre a interatividade entre as secretarias de Comunicação dos governos dos estados no Nordeste, Joaldo lembrou que foi constituído um conselho nacional das secretarias e que anualmente se reúnem para discutir assuntos de interesses institucionais e da sociedade. “Vamos estar reunidos discutindo assunto que atormenta a todos que são as fakes e ressaltar a importância do poder público em contribuir nesse esclarecimento e aí é um trabalho que se conjuga com os veículos de comunicação, porque geralmente os fakenistas não têm CNPJ, nem CPF, vivem no submundo”.
Questionado sobre os principais projetos executados à frente da Secom de Alagoas, Joaldo destacou que o primeiro deles foi a regularização salarial do jornalista no serviço público.
“Precisei me debruçar logo no início e o governador Paulo Dantas deu um apoio determinante nesse processo. Há um piso profissional da categoria e esse piso estava congelado há 15 anos. A defasagem era estupidamente muito grande em relação ao praticado no mercado da comunicação de forma geral em Alagoas. Então foi uma vitória logo no começo da gestão, equiparar em relação ao mercado o piso praticado na comunicação do Poder Executivo”, pontuou.
“Resolvemos também criar algo que fugisse do factual, do dia a dia que foi o Ciclo de Tendências e Soluções, um ciclo de debates e através deles nós já produzimos alguns manuais. Reproduzimos um manual sobre gerenciamento de crise na comunicação governamental, inclusive já foi solicitado por diversos estados para replicar e nós já distribuímos. Produzimos um manual também sobre redação e estilo para uniformizar e fazer esclarecimentos a respeito da nossa própria língua. Fizemos um voltado para a acessibilidade, um manual anticapacitista que visa atender preocupações relacionadas a pessoas com deficiência e fizemos agora um manual a respeito das redes sociais, que é importante para sistematizar as informações a respeito de como se mostrar, a linguagem a ser adotada para facilitar o entendimento nessa ferramenta”, acrescentou.
O secretário também destacou outro produto idealizado pela Secom, a Revista Alagoana.
“É um produto que também circula digitalmente. Está à disposição na plataforma Agência Alagoas para quem desejar ler nesse aspecto digital, mas o objetivo é que a gente faça uma documentação histórica e consiga fazer chegar aos arquivos públicos, aos centros de leitura, bibliotecas e instituto histórico, de modo que fique como elemento de pesquisa, um acervo de informação que diz respeito a momentos das ações governamentais. Em relação a essa documentação há uma decisão do governador de que a gente produza um livro a partir daquela galeria dos governadores que existe no Palácio República dos Palmares e nós já estamos nos debruçando para utilizar a academia alagoana, universidades, professores de história para ajudar nesse trabalho”.
Em outro ponto da entrevista, Joaldo falou sobre até que ponto um trabalho feito pela Secom contribui para a formação de uma imagem positiva do gestor, no caso o governador Paulo Dantas.
“Essa questão da comunicação do governo é importante que haja um dia a dia antenado com as áreas do governo e com as ruas através dos veículos que geram informações que no dia a dia precisam ser respondidas, é a luta diária de produção. Vejo agora muitas críticas em relação à comunicação do Governo Federal e vejo, inclusive, no Conselho de Comunicação, o distanciamento e me parece até que as pesquisas recentes apontaram para uma dificuldade em sintonizar o que foi produzido com a reação da sociedade. Quero dizer que no caso da gente a comunicação também não sobreviveria, muito menos o governo, se ele próprio não tivesse um bom cardápio para apresentar”.
E completa o secretário: “Nesse ponto, o governador Paulo ajuda bastante e a agenda é vigorosa e dinâmica. Ele assumiu o compromisso de manter o que estava dando certo na sucessão do governador Renan Filho e aquela história do daqui para melhor usada na campanha. Os números que é algo que estava comentando numa roda com amigos sobre o momento positivo, a gente ver muitos dados saindo pelas estatísticas oficiais, inclusive IBGE e ver que Alagoas não aparece tanto mais naquela situação que era frequente como a capital mais violenta do mundo, um dos estados mais violentos do Brasil, a educação lá embaixo, quer dizer, hoje a gente apresenta um programa como o Cartão Escola 10 que permitiu o resgate de 40 mil alunos que estavam fora da escola e nós conseguimos resgatar através de um programa de renda e que serviu de inspiração para que o Governo Federal adotasse um programa semelhante nacionalmente”, acrescentou.
“Então, isso está acontecendo e nessa história de avançar a gente ver não só a questão da infraestrutura com a duplicação Maceió a Arapiraca que foi concluída agora com a Alça da Usina Porto Rico, que era um grande problema de engenharia, uma obra complexa e que melhorou muito e deu qualidade de vida até Arapiraca e de Arapiraca até Delmiro e também está em pleno andamento. Então há uma série de coisas acontecendo que apontam para um momento positivo do estado”, completou.
O secretário também foi questionado sobre os compromissos do Governo Paulo Dantas com o servidor público. “Na questão específica salarial, entendo que esse calendário haverá. O governador no final do exercício passado chegou a externar ao próprio movimento esse compromisso e haverá, sim, um momento que essa discussão democrática prevista em data-base haverá de ser avançada. Essa ideia de pagar o mês trabalhado regularmente também é um compromisso do governador.
Outros pontos relevantes respondidos pelo secretário Joaldo Cavalcante durante a entrevista:
Concurso Público
“Essas demandas sempre são verificadas pelo setor de recursos humanos. É preciso fazer o planejamento, inclusive o governador chamou o Recursos Humanos em função de concursos já realizados, até porque o novo sempre vem, é uma dinâmica de ocupação. Mas também tem que observar os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal, ter essa responsabilidade para ir absorvendo e atendendo as demandas que as secretarias vão apresentando no que diz respeito à realização de novos concursos”.
Turismo
“Está em ascendência e há um estudo que prevê a necessidade de nos próximos dois anos ter 50 mil novas vagas de trabalho nessa área. Um estudo que foi realizado com o próprio trade turístico e o estado já lançou 11 mil vagas, através do Programa Escola do Turismo para estrategicamente já ir pensando no atendimento com mão de obra qualificada para atender essa demanda. Uma recente viagem do governador viabilizou mais uma unidade do grupo Vila Galé agora em Coruripe. Isso é interessante porque esse eixo começa a deslocar para a região Sul e é uma ocupação estratégica do ponto de vista do nosso litoral que tem várias praias e pontos atrativos e é uma área cada vez mais em ascendência. Em janeiro fechamos com mais de 30 voos diários. Isso é fruto da retomada pós-pandemia do trabalho que foi feito de divulgação, inclusive em âmbito internacional e está gerando frutos”.
Saúde
“A saúde também sofreu muito com esse processo do período de pandemia. Houve uma demanda reprimida muito grande em função de inclusive direcionar as unidades hospitalares que tinham sido recentemente inauguradas e era preciso fazer um cronograma de expansão dos serviços. O ano de 2023 foi concluído com mais de 500 mil exames realizados e o Governo está entregando agora em julho o Hospital do Médio Sertão, em Palmeira dos Índios, além do Hospital Metropolitano do Agreste, em Arapiraca, que será fundamental para ampliar e cada vez mais interiorizar e descentralizar esse atendimento”.
Futuro político de Paulo Dantas
“Isso é uma curiosidade que os colunistas estão aí especulando, mas eu diria que todas as cartas estão na mesa, mas que ao mesmo tempo a prioridade nesse momento é governar. Ele também pode ficar até o final do mandato. O governador não tem tratado disso internamente, pois está focado em cumprir seu mandato e entregar programas como o da Creche Cria que já tem 56 entregues. Na capital houve uma entrega que não chegou à instância municipal e o Estado teve que colocar para funcionar e o resto no interior. São 200 creches com 40 mil vagas a serem viabilizadas pelos municípios e 10 mil empregos. Então ele está focado em cumprir o programa que ele registrou na Justiça Eleitoral”.
Mensagem para o cidadão alagoano
“É fundamental que a população acompanhe, discuta e apresente suas reivindicações para que o governo continue buscando essa proximidade. É preciso ter trabalho, ter cimento, concreto, brita, mas é preciso ter coração como diz o governador e ele é muito próximo, ele é municipalista, foi prefeito duas vezes no município de Batalha. Essa conexão com as ruas, essa participação popular talvez seja a conclamação que a gente deixa neste Dia Nacional do Jornalista”.
* Agência Alagoas