A secretária de Saúde de Joinville, SC, comparou o tempo de filas hospitalares com um passeio para a praia. O município está enfrentando uma grande demanda de casos de dengue, somando 10,9 mil atendimentos na primeira semana de abril, além das exonerações de 21 médicos.
A secretária de Saúde de Joinville, Santa Catarina, Tânia Eberhardt comparou as filas hospitalares com o tempo de uma ida à praia no fim de semana. O comentário foi feito na última quarta-feira, 10, durante uma reunião da Comissão da Saúde, na Câmara dos Vereadores (veja no vídeo acima).
“Tem uma ‘filinha’ de quatro, cinco e seis horas? Tem. Tem dias que tem. Tem fila, sim. Mas para mim ir para praia no fim de semana, para São Francisco do Sul, Enseada ou Barra Velha, eu também levo quatro horas”, disse a gestora.
Procurada pelo Terra, a prefeitura do município afirmou que o comentário foi feito pela gestora para explicar o atendimento adotado no município para atender a alta demanda e pedia compreensão da população.
“A frase foi usada como uma comparação, no sentido de se referir que quando há aumento na procura, há um grande tempo de espera”, explicou o município em nota.
A gestão ressaltou ainda que, nesta sexta-feira, 12, o prefeito Adriano Silva reiterou que o exemplo usado foi “equivocado” e que a fala não reflete o trabalho da gestora.
Aumento nos casos de dengue
Joinville, cidade com mais mortes por dengue em Santa Catarina, está enfrentando uma grande demanda de casos da doença, tanto na rede pública quanto na rede privada. Segundo dados da prefeitura, somente na primeira semana de abril, foram 10,9 mil atendimentos.
Mais que o dobro do início do ano. Em janeiro, foram registrados 5,1 mil atendimentos; Em fevereiro, este número subiu para 17,5 mil. Em março, chegou a 33,5 mil. De acordo com a gestão, uma das medidas para lidar com a situação é a implantação de três Enfermarias Especializadas em Dengue para dar suporte às UPAs e Unidades Básicas de Saúde da Família.
Além dos números altos, o município também está lidando com várias exonerações, tema que chegou a ser comentado durante a reunião da comissão de saúde na última quarta-feira. Até o momento, cerca de 21 médicos pediram exoneração.
Segundo a prefeitura, o número é similar ao ano passado. Em 2023, entre janeiro e abril, 24 médicos pediram demissão das UPAs e PA. “No início do ano, em geral, são divulgados os resultados de aprovados em alguma Residência Médica, por exemplo, o que pode motivar desligamento da rede de saúde. Atualmente não há dados ou pesquisas sobre a causa específica da saída dos profissionais da rede municipal de saúde. A Prefeitura está em fase de contratação dos profissionais para essas vagas”, explicou em nota.
*Redação com Terra