O advogado Diego de Lima Gualda renunciou ao cargo de administrador e representante da rede social X (antigo Twitter) no Brasil, segundo ficha cadastral da Junta Comercial de São Paulo.
De acordo com o documento ao qual a reportagem da Fórum teve acesso, Gualda, que assumiu o cargo na empresa de Elon Musk em agosto de 2023, apresentou carta de renúncia no dia 8 de abril, isto é, dois dias após os primeiros ataques do bilionário sul-africano naturalizado estadunidense ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O motivo da saída do advogado da empresa, que estava no cargo desde agosto de 2023, não foi informado.
No dia 6 de abril, um sábado, Musk deu início aos ataques a Moraes, questionando, em uma postagem do ministro na rede X, o por que ele “determina tanta censura”, afirmando ainda que reativaria contas que tinham sido bloqueadas pela Justiça por divulgação de fake news e incitação ao crime. Em resposta, Moraes incluiu o bilionário como investigado nos inquéritos das milícias digitais e o que apura a tentativa de golpe de Estado.
Até o momento da publicação desta matéria o advogado Diego de Lima Gualda não havia se pronunciado publicamente sobre sua renúncia ao cargo de representante do X no Brasil. Em seu perfil na rede social LinkedIn, consta a informação de que trabalhou como diretor jurídico da rede social no país entre agosto de 2023 e abril de 2024.
Governo Lula corta publicidades no X
A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) decidiu, nesta sexta-feira (12), suspender a veiculação de publicidades institucionais do governo federal, comandado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na rede X (o antigo Twitter), do bilionário Elon Musk. A informação foi veiculada pelo ICL Notícias e confirmada à reportagem da Fórum por fontes da Secom.
A suspensão dos contratos de publicidade do governo federal na rede X vem em meio aos ataques e ameaças de Elon Musk ao judiciário brasileiro. Nos últimos dias, o bilionário se uniu a radicais bolsonaristas no discurso de que há uma “ditadura judicial” no país e afirmou que reativaria todos os perfis em sua rede social que tinham sido suspensos ou bloqueados por determinação da Justiça brasileira. Elon Musk vem promovendo ataques, ainda, ao próprio presidente Lula e seu governo.
Diante da suspensão, a rede X deixará de receber recursos públicos para publicidades do governo federal. Segundo o Portal da Transparência, a Secom, comandada pelo ministro Paulo Pimenta, empregou desde o início de 2023 cerca de R$ 4,2 milhões em recursos públicos para veicular publicidades institucionais na rede social.
A organização de ativistas digitais Sleeping Giants Brasil, que vinha promovendo uma campanha pela “desmonetização” da rede X em meio aos ataques de Musk às instituições brasileiras, celebrou a decisão da Secom de suspender os contratos de publicidade.
“Após grande pressão de campanha #DesmonetizaTwitter, a Secom suspende todas as publicidades na rede social de Elon Musk Desde o início do governo Lula foram gastos mais de 4 milhões em publicidade. Essa é uma gigante vitória de todos que acreditam no combate a desinformação e o discurso de ódio. É só o começo”, diz publicação da organização.
Redação com Revista Fórum