Por Paulo Martins
Em um movimento que reforça da influência do presidente da Camara dos Deputados em Brasília, Arthur Lira (PP-AL) indicou um novo nome para a superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Alagoas. A nomeação ocorre após a exoneração de César Lira, primo de Arthur Lira, que gerou tensões entre o líder da Câmara e o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
César Lira havia sido nomeado durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) e manteve-se no cargo mesmo após a transição presidencial. A continuidade de César no posto foi alvo de críticas por parte de movimentos sociais, incluindo o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que o acusava de manter uma postura contrária aos interesses da reforma agrária, rotulando-o de “bolsonarista infiltrado”.
A situação escalou quando o Ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, qualificou a permanência de César Lira como “inadministrável” e “extremamente conflituosa”, levando à sua eventual exoneração. Essa decisão ocorreu em meio a uma ameaça de invasão à sede do Incra em Alagoas, conforme expresso em uma carta enviada pelos movimentos sociais ao ministro.
A exoneração foi publicada no “Diário Oficial da União” antes que uma reunião entre Teixeira e Arthur Lira pudesse ser realizada, o que sugere uma falha de comunicação ou uma urgência em resolver a questão. Este episódio ocorreu dias depois de Lira fazer publicamente críticas ao ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, alimentando especulações sobre uma possível retaliação política, algo que Teixeira negou.
Depois disso, o Ministro da Casa Civil, Rui Costa, se encontrou com Lira, garantindo que a exoneração foi um evento isolado e não parte de uma disputa maior. Arthur Lira, por sua vez, se comprometeu a indicar um substituto para o cargo de superintendente do Incra em Alagoas. A escolha foi feita em conjunto com entidades locais de produtores rurais, embora o nome ainda não tenha sido divulgado.
Redação com BR 104