Em 2023, o furto de energia elétrica, mais conhecido como “gato”, bateu recorde no Brasil. O aumento chegou a 20% no último ano, atingindo 40,8 TWh (terawatts por hora). Em 2022, tinham somado 34,2 TWh. Vale ressaltar que um terawatt corresponde a um trilhão de watts. Oficialmente, estes casos são chamados de “perdas não técnicas”.
Os dados são de um levantamento feito pela Abradee (Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica) a partir de informações fornecidas pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). Em 15 anos, o volume furtado acumula mais de 500 TWh (ou 500 milhões de Megawatt-hora).
Alagoas figura entre os 10 primeiros estados do ranking que tiveram o maior volume de gatos, em 2023. A unidade da federação, que é a segunda menor do país, teve um total furtado de 0,44 TWh, correspondendo a 17,2% da energia distribuída e não faturada.
A nível nacional, os que tiveram a maior porcentagem no quesito foram Amazonas (117,8%), Amapá (67,4%), Rio de Janeiro (62%), Pará (33,5%), Rondônia (28,7%), Pernambuco (22,2%), Alagoas, Ceará (15,6%), Bahia (14,2%), Espírito Santo (14,1%).
No Nordeste, Alagoas está atrás apenas de Pernambuco. Na sequência na região, aparecem Ceará, Bahia, Maranhão (11,9%), Piauí (11%), Paraíba (7,4%), Sergipe (4,4%), e Rio Grande do Norte (3%).
Peso no bolso do consumidor
Este cenário tem impacto direto nas contas de luz dos consumidores, já que este crime acaba resultando em uma tarifa mais alta. O impacto financeiro só com os custos de compra de energia é de R$ 10,1 bilhões.
O cálculo é feito a partir do custo médio de aquisição de energia pelas distribuidoras em 2023, de R$ 249 bilhões, com a multiplicação do valor pelo montante de energia perdida, de 40,8 TWh.
Maior que a geração de energia de Belo Monte
A quantidade furtada supera a geração da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, que é a 2ª maior do Brasil. Localizada no rio Xingu, a usina tem capacidade de gerar 11.233 MW, mas sua garantia de geração física é de 4.418 MW em média.
Enquanto isso, os furtos equivalem a 4.655 em MW médios. Os gatos também correspondem a 60% do fornecimento de energia elétrica da usina de Itaipu para o mercado brasileiro.
Fonte: TNH1