Natalício Vieira / Ascom Secdef
Para garantir atendimento acessível e humanizado às pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) em todo o estado, a Secretaria de Estado da Cidadania e da Pessoa com Deficiência (Secdef) realizou, nos últimos três meses, uma série de palestras para servidores públicos e técnicos de órgãos estaduais e municipais.
A iniciativa, promovida pela Gerência de Políticas Temáticas de Pessoas com Transtorno do Espectro Autista, teve como objetivo principal aprimorar os conhecimentos e habilidades dos participantes na área. Além de aprofundar a compreensão sobre aspectos legais e direitos fundamentais das pessoas com TEA, o treinamento também abordou os processos de diagnóstico do autismo e suas nuances, particularidades das alterações sensoriais que afetam indivíduos com TEA e apresentação das condutas para promover a autorregulação e o bem-estar das pessoas com TEA. As abordagens inclusivas e sensíveis no serviço público, visando uma interação mais eficaz e acolhedora também foram citadas.
As palestras, com duração de uma tarde, foram divididas em três módulos. O primeiro “Entendendo o Diagnóstico do Autismo: Acolher para Conscientizar”, ministrado pela gerente da pasta, Vanessa Menezes. O segundo, “Desafios à Implementação da LBI para os Direitos das Pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA)”, ministrado pelo superintendente de Políticas para os Direitos da Pessoa com Deficiência da Secdef, Julius Schwartz. E o último tratou das “Alterações Sensoriais na Pessoa com TEA: Estratégias e Condutas para Favorecer a Autorregulação”, ministrado pelas terapeutas ocupacionais convidadas, Gabriella Freire e Carla Caroline de Araújo.
Ao todo foram 530 pessoas capacitadas, em seis municípios alagoanos, em Batalha participaram das palestras 116 servidores, em Maceió (98), Delmiro Gouveia (90), Santana do Ipanema, Arapiraca (78) e Palmeira dos Índios (66).
De acordo com a secretária da Cidadania e da Pessoa com Deficiência, Arabella Mendonça, a iniciativa, realizada nos últimos três meses, reforça o compromisso do Governo de Alagoas com a garantia de direitos e a inclusão social das pessoas com TEA. “As palestras realizadas com grande sucesso contribuem para a construção de um serviço público mais humanizado e acessível, capaz de atender às necessidades específicas dessa população de forma acolhedora e com mudança de postura dos profissionais”, destacou a gestora.
Para a gerente de Políticas Temáticas de Pessoas com Transtorno do Espectro Autista que ministrou as palestras, as capacitações representam um passo significativo em direção à sensibilização dos servidores públicos e da sociedade sobre o Transtorno do Espectro Autista, construindo uma comunidade mais empática e preparada para acolher e apoiar as pessoas com TEA em nosso estado.
Jucila Brandão, coordenadora da Educação Especial do município de Delmiro Gouveia, participante da capacitação, falou que a palestra vai contribuir no aprimoramento dos profissionais que atendem os alunos com autismo, especialmente sobre a inclusão feita com responsabilidade.
“Para nós que lutamos pela inclusão, capacitar os profissionais para atendimentos às pessoas com TEA é de fundamental importância. É a porta de entrada para um atendimento com empatia e acolhimento, favorecendo a plena participação dos servidores em todo o processo de intervenção”, relatou a coordenadora do Centro de Reabilitação Física e da Pessoa com Deficiência da cidade de Santana do Ipanema, que também participou da capacitação.
O TEA
O Transtorno do Espectro Autista (TEA), também conhecido como autismo, é um transtorno do neurodesenvolvimento que afeta a maneira como as pessoas percebem e interagem com o mundo ao seu redor. Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, em sua 5ª edição, o espectro é classificado em três níveis de suporte.
As causas exatas do TEA ainda são desconhecidas, mas acredita-se que sejam uma combinação de fatores genéticos e ambientais. O diagnóstico do TEA geralmente é feito por uma equipe multidisciplinar composta por médicos na primeira infância o diagnóstico é feito por neuropediatra e psiquiatra infantil, de maneira tardia, neurologista e psiquiatra, psicólogo, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, fisioterapeuta, outras especialidades podem contribuir para o desenvolvimento da pessoa.
Ainda não existe cura para o TEA, mas existem diversos tratamentos que podem ajudar a melhorar a qualidade de vida das pessoas com o transtorno.
Redação com Argência Alagoas