Anadia/AL

26 de outubro de 2024

Anadia/AL, 26 de outubro de 2024

Ex-ministro Delfim Netto morre aos 96 anos

Ex-ministro da Fazenda, da Agricultura e do Planejamento, além de ex-deputado federal, Antônio Delfim Netto faleceu nesta segunda / 10:13 hs

ABN - Alagoas Brasil Noticias

Em 12 de agosto de 2024

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Por: Giovanna Pécora

Morreu, na madrugada desta segunda-feira (12/8), o economista Antônio Delfim Netto, aos 96 anos. Ele se encontrava internado desde a segunda da semana passada (5/8), no Hospital Albert Einstein, em São Paulo.

Ele faleceu em decorrência de complicações no quadro de saúde.

Netto ocupou o cargo de ministro da Fazenda entre os anos de 1967 e 1974. Também foi ministro do Planejamento entre 1979 e 1985, ministro da Agricultura em 1979 e embaixador do Brasil na França de 1975 até 1977.

Delfim Netto era uma figura de destaque nos meios econômico e político.

Delfim Netto e o Milagre Econômico

Nascido em São Paulo no dia 1º de maio de 1928, graduou-se em economia pela USP, em 1951, e logo se tornou professor da instituição.

Não demorou muito para que seus trabalhos na área se tornassem conhecidos e ele entrasse na vida pública.

“Seus trabalhos didáticos e de pesquisa são, neste momento, voltados para os estudos de problemas da economia brasileira, planejamento governamental e teoria do desenvolvimento econômico. Sua linha de pensamento baseou-se essencialmente na aplicação da teoria neoclássica no plano microeconômico e ideias keynesianas ou monetaristas no plano macroeconômico”, diz o site da USP que resume sua biografia.

Em 1966, assumiu como secretário da Fazenda de São Paulo e, no ano seguinte, como ministro da Fazenda. Então, tornou-se âncora da economia brasileira entre 1967 e 1974, nos governos Costa e Silva e Médici, no período chamado de “Milagre Econômico”, que fez o país crescer a uma taxa anual de 11%.

Na verdade, um milagre que teve consequências nefastas para o país. As equipes econômicas das quais fez parte promoveram políticas de crédito favoráveis ao agronegócio e à indústria, além da construção de obras, como a Rodovia Transamazônica.

O resultado foi o início da escalada do endividamento externo brasileiro, que depois atingiria níveis não vistos até então.

Voto pelo AI-5

Ele também votou a favor do Ato Institucional número 5 (AI-5), que recrudesceu a ditadura no Brasil. Em seu voto pelo AI-5, Netto afirmou que deveria ser concedida ao presidente “a possibilidade de realizar certas mudanças constitucionais, absolutamente necessárias para que este País possa realizar o seu desenvolvimento com maior rapidez”.

Após a ditadura militar, Delfim ainda foi deputado federal. Em 2006, após cinco mandatos por São Paulo, ficou fora da Câmara.

De acordo com os investigadores, ficou comprovado que pelo menos R$ 4,4 milhões das empresas vencedoras da licitação foram pagos a ele. Os recursos foram repassados por meio de contratos fictícios de consultoria a empresas que têm como sócios Delfim e um sobrinho. O ex-ministro negou e afirmou que os serviços foram prestados.

 

*Metrópoles

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