A investigação, lançada pela China sobre os subsídios atribuídos aos produtos lácteos europeus vendidos no seu território, soa um pouco como um aviso. Os produtos visados são principalmente o leite coalhado, o queijo fresco e o queijo azul. No ano passado, a União Europeia exportou € 1,68 bilhão de euros em produtos lácteos para a China, segundo dados do Eurostat citados pela Comissão Europeia.
Ao longo de um ano, a China examinará 20 regimes de subsídios em toda a União Europeia, particularmente na Áustria, Bélgica, Croácia, República Tcheca, Finlândia, Itália, Irlanda e Romênia. O país quer garantir que esta ajuda não prejudique os seus produtores locais. O país pode então decidir impor sobretaxas a estes produtos para proteger seu mercado, se demonstrar que as práticas da UE são desleais e prejudicam a concorrência.
Tensões comerciais crescentes
Esta investigação surge no momento em que a União Europeia declarou, na véspera, que pretendia aumentar os impostos sobre os veículos elétricos fabricados na China, uma medida fortemente reprovada por Pequim. O ministério do Comércio chinês também pediu à União Europeia para abandonar este projeto para “evitar uma escalada de fricções comerciais”.
Uma guerra comercial entre estes dois gigantes econômicos poderá ter consequências mais amplas e perturbar as cadeias de abastecimento globais. Os setores fortemente dependentes do comércio internacional, como o automóvel e a agricultura, estariam particularmente em risco.
Isto poderia levar ao aumento dos custos para os fabricantes e consumidores, com potencial escassez de bens ou preços mais elevados. Se a situação piorar, a Organização Mundial do Comércio (OMC) poderá ser envolvida em procedimentos de resolução de litígios, cuja solução poderá levar anos.
Fonte: RFI