Kim observou com binóculos o teste em que os drones destruíram seus alvos, segundo as imagens divulgadas pela agência norte-coreana. O dirigente norte-coreano declarou que “é necessário desenvolver e produzir mais drones suicidas”, assim como “drones estratégicos de reconhecimento e ataque múltiplo”, segundo a KCNA.
Os drones suicidas carregam explosivos e são projetados para colidir com alvos inimigos. A crescente frota de drones da Coreia do Norte será “utilizada em diferentes níveis de distância para atacar qualquer alvo inimigo em terra e mar”, destacou a agência.
Os equipamentos testados por Pyongyang no sábado “identificaram corretamente e destruíram os alvos designados depois que voaram por diferentes rotas pré-estabelecidas”, acrescentou o líder do regime norte-coreano.
Inteligência artificial
Kim anunciou que o país buscará “introduzir tecnologia de inteligência artificial no desenvolvimento dos drones”.
Analistas afirmaram que os drones das imagens divulgadas pela imprensa estatal são similares aos israelenses “HAROP” e “HERO 30” e aos russos “Lancet-3”.
A Coreia do Norte pode ter adquirido tecnologia israelense da Rússia, que a obteve do Irã. Teerã pode ter conseguido a tecnologia por um ataque cibernético ou roubo de Israel.
“O drone suicida que se parece com o HAROP pode voar mais de 1.000 quilômetros”, disse Cho Sang-keun, professor do Instituto Avançado de Ciência e Tecnologia da Coreia.
Ele destacou que isto significa uma ameaça considerável para a segurança da Coreia do Sul e suas instalações.
Capacidades nucleares
A Coreia do Norte prometeu no sábado fortalecer ainda mais suas capacidades nucleares, após uma reportagem publicada pelo jornal The New York Times na semana passada.
De acordo com diário, o presidente americano, Joe Biden, aprovou um plano em março que visa preparar os Estados Unidos para possíveis confrontos nucleares coordenados com Rússia, China e Coreia do Norte.
Em resposta, Pyongyang declarou que “fortalecerá sua força estratégica por todos os meios, para controlar e eliminar todos os tipos de desafios de segurança que possam resultar do plano de Washington”, informou a agência KCNA.
O Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Norte “expressa profunda preocupação com o comportamento dos Estados Unidos”, disse a agência de notícias oficial, acrescentando que Pyongyang continuará a desenvolver sua força nuclear para defender sua soberania.
Os Estados Unidos e a Coreia do Sul acusaram o país do fornecimento de munição e mísseis à Rússia para sua guerra na Ucrânia. Pyongyang considerou as alegações “absurdas”.
Coreia do Norte tem apoio da Rússia
O regime norte-coreano, aliado de Moscou, agradeceu à Rússia após o país utilizar seu poder de veto nas Nações Unidas em março “para colocar um fim ao monitoramento de violações de sanções internacionais”.
Especialistas da ONU começaram a investigar supostas transferências de armas entre russos e norte-coreanos.
A China, que também é um aliado importante da Coreia do Norte, não tem se envolvido na ofensiva russa na Ucrânia e afirma que não está enviando armas para nenhum dos lados. Mas Pequim continua sendo um aliado político e econômico próximo da Rússia. As trocas comerciais entre os dois países atingiram níveis recordes, enquanto Moscou enfrenta pesadas sanções ocidentais.
Fonte: RFI