Quarenta e nove pessoas foram mortas e 219 ficaram feridas”, anunciou o porta-voz do Ministério da Defesa da Ucrânia, Dmytro Lazoutkine, nesta terça-feira. O governador da região, Filip Pronine, apresentou o mesmo número de mortos, acrescentando que “até 18 pessoas podem estar sob os escombros”.
O fogo foi controlado, de acordo com o Ministério do Interior da Ucrânia, mas os danos materiais e humanos são consideráveis, segundo Emmanuelle Chaze, correspondente da RFI em Kiev. O governador da região já declarou três dias de luto em Poltava a partir de quarta-feira até sexta-feira. Como um sinal da seriedade desses ataques, ele também pediu a todos que puderem que doem sangue para os inúmeros feridos.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que dois mísseis balísticos atingiram “uma instituição educacional e um hospital próximo” em Poltava. “Um dos prédios do Instituto de Comunicações foi parcialmente destruído. Pessoas foram encontradas sob os escombros”, contou ele em um vídeo, referindo-se ao instituto militar que foi fundado na década de 1960 e treina especialistas em telecomunicações militares.
De acordo com o Ministério da Defesa da Ucrânia, o ataque ocorreu em um curto espaço de tempo após o alerta antiaéreo ter sido acionado. Os mísseis “pegaram as pessoas que estavam em fuga para o abrigo subterrâneo”.
Os trabalhos das equipes de resgate e médicos continuam após o ataque. Até agora, o ministério contabilizou 25 pessoas resgatadas, 11 das quais foram retiradas dos escombros.
O ataque ocorreu pela manhã em Poltava, uma cidade a cerca de 340 km a leste da capital Kiev, que tinha uma população de cerca de 300 mil habitantes antes da invasão russa na Ucrânia, em 2022.
Um jornalista da AFP que estava no local relatou várias ambulâncias indo em direção ao local afetado logo após o ataque. A mídia local transmitiu apelos para que as pessoas doassem sangue. Imagens divulgadas nas redes sociais mostraram um prédio de vários andares completamente destruído e equipes de resgate trabalhando em meio aos escombros.
A tragédia se repete
A deputada Mariana Bezougla, membro do comitê de defesa do Parlamento, e altamente crítica do comando militar ucraniano, lamentou no Telegram que nenhum oficial de alto escalão tenha sido punido por colocar em risco grupos de militares durante incidentes semelhantes no passado. “Tragédias acontecem o tempo todo. Quando isso vai parar?”, escreveu.
O presidente ucraniano disse que havia ordenado uma “investigação completa e imediata” sobre as circunstâncias que levaram ao ataque russo. Ele também prometeu responsabilizar a Rússia e, mais uma vez, pediu aos aliados ocidentais de Kiev que fornecessem urgentemente mais sistemas de defesa aérea e permitissem que a Ucrânia atacasse profundamente o território russo com os mísseis de longo alcance que lhe foram fornecidos.
Zelensky prometeu responsabilizar a Rússia e, mais uma vez, pediu aos aliados ocidentais de Kiev que fornecessem urgentemente mais sistemas de defesa antiaérea e permitissem que a Ucrânia penetrasse profundamente no território russo com os mísseis de longo alcance que lhe foram fornecidos.
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Na semana passada, o comando do exército ucraniano já se encontrava sob pressão devido à queda de um avião de combate F-16, um valioso equipamento militar recentemente entregue a Kiev após mais de dois anos de espera, e à morte de seu piloto, que havia sido treinado nos Estados Unidos. Zelensky demitiu o comandante da força aérea, Mykola Olechtchouk.
Fonte: RFI