O Oriente Médio permaneceu sob tensão entre a noite de quinta-feira (19) e a manhã de sexta (20), quando Israel lançou dezenas de bombardeios contra o que diz serem lançadores de foguetes do Hezbollah no sul do Líbano —país que foi palco de explosões de pagers e walkie-talkies nos últimos dias.
O grupo libanês, por sua vez, disse que seus combatentes dispararam um míssil guiado contra tropas em Metula, uma cidade israelense na fronteira frequentemente alvo da facção ao longo do último ano.
De acordo com o Exército de Tel Aviv , dezenas de foguetes foram lançados contra o sul de Israel nas últimas horas —no total, cerca de 130, segundo o jornal local Times of Israel. Uma rádio israelense relatou que moradores de várias cidades no norte do país foram instruídos pelos militares a ficar perto de abrigos antiaéreos.
Pessoas da área de segurança do Líbano afirmaram à agência de notícias Reuters que este último foi o mais intenso ataque de Israel desde o início das hostilidades entre o grupo extremista e o Estado judeu, em outubro do ano passado. Naquele mês, bombardeios na fronteira entre os dois países passaram a ser constantes devido à guerra na Faixa de Gaza, na qual o Hezbollah está ao lado do Hamas contra Tel Aviv.
O aumento dos bombardeios fez a Unifil, missão de paz da ONU no Líbano, afirmar na manhã desta sexta que nas últimas 12 horas houve “uma intensificação pesada das hostilidades” em toda a fronteira entre o Líbano e Israel e na área de operações do órgão.
“Estamos preocupados com o aumento crescente da tensão ao longo da Linha Azul e instamos todos os atores a conter a situação imediatamente”, disse o porta-voz da entidade, Andrea Tenenti, referindo-se à linha que delimita a fronteira entre o Líbano e Israel estabelecida em 2000 para marcar o limite da retirada de Tel Aviv, que havia invadido o vizinho em 1982 atrás de uma liderança palestina ali exilada.
Fontes de segurança do Líbano afirmam que os ataques aéreos israelenses desta sexta atingiram pelo menos três vilas no sul do país, sem mencionar possíveis vítimas. Já os bombardeios de quinta teriam deixado quatro pessoas feridas —não estava claro imediatamente se eram membros do Hezbollah.
Redação com Folha de São Paulo