Em entrevista à TV 247, o deputado Ivan Valente (PSOL-SP) fez duras críticas à condução do caso que pode levar à cassação de seu colega de partido, Glauber Braga (PSOL-RJ). Segundo Valente, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), está utilizando um “provocador profissional” do Movimento Brasil Livre (MBL) para mover uma ação de vingança política contra Glauber. “Nunca vi isso em toda a minha experiência política. Um provocador do MBL, que já causou inúmeras confusões, está sendo usado por Lira para tentar cassar o Glauber”, afirmou Valente.
O caso ganhou repercussão após o Conselho de Ética da Câmara aceitar a denúncia contra Glauber, que reagiu a provocações feitas por um ativista do MBL nos corredores do Congresso. De acordo com Ivan Valente, o militante do MBL é conhecido por provocar parlamentares de esquerda tanto em Brasília quanto nas ruas, durante campanhas e ações públicas. “Esse sujeito provoca todo mundo, não é só o Glauber. Nós já enfrentamos ele na Avenida Paulista, durante prestação de contas de mandatos”, disse o deputado. O episódio em questão teria envolvido ofensas pessoais contra Glauber, inclusive à sua mãe, que havia falecido recentemente.
“Direitização da Câmara” e vingança política
Valente destacou que a admissibilidade da denúncia contra Glauber reflete uma “direitização” da Câmara dos Deputados sob a liderança de Lira, que estaria agindo para enfraquecer parlamentares de oposição. “O que estamos vendo é uma ‘bolsonarização’ do centrão”, afirmou. Segundo ele, o MBL tem desempenhado um papel central nesse movimento, agindo como uma força de provocação e intimidação política. “O MBL nasceu de provocações… Eles se construíram em cima da exploração do bullying político, e agora estão sendo usados para fins políticos”, declarou.
O deputado também fez críticas ao papel da mídia e do judiciário, que, segundo ele, conferem uma espécie de “proteção” ao MBL e suas lideranças. Ivan Valente mencionou diretamente o deputado Kim Kataguiri (União Brasil), uma das principais figuras do MBL, citando declarações polêmicas feitas por ele em defesa da liberdade irrestrita, incluindo a liberação do Partido Nazista no Brasil. “O Kim Kataguiri chegou a defender a liberação do Partido Nazista e ainda processou quem o criticou por isso, sendo favorecido pelo judiciário”, destacou Valente.
Expectativa sobre os desdobramentos
Com a denúncia contra Glauber Braga avançando no Conselho de Ética, o clima na Câmara dos Deputados deve esquentar ainda mais nos próximos meses. Para Valente, o caso é um claro exemplo de como Lira e seus aliados estão utilizando mecanismos do legislativo para retaliar adversários políticos. O desfecho do processo será observado de perto, especialmente pelo PSOL, que considera a ação uma tentativa de silenciar parlamentares críticos à atual direção da Casa. Assista:
Redação com Brasil 247
