Por Neide Brandão / Ascom Sesau
Quem mais infarta? O homem ou a mulher? Essa é apenas uma das inúmeras dúvidas que a população tem sobre as doenças cardíacas, é o que ressalta a cardiologista Rayssa Rodrigues, que atua no Hospital do Coração Alagoano, unidade vinculada à Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), e que está situada no bairro Cidade Universitária, em Maceió.
Historicamente, acredita-se que os homens são mais propensos a infartos que as mulheres. Mas esta tese não é uma verdade absoluta, pois, com o aumento da idade, a diferença diminui. “Especialmente após a menopausa, as mulheres apresentam um aumento significativo do risco de desenvolver doenças cardíacas. Homens mais jovens têm uma tendência maior para enfartar, entretanto, o envelhecimento feminino aumenta a probabilidade entre as mulheres”, explica a cardiologista do Hospital do Coração Alagoano.
As emoções realmente desempenham um papel importante na saúde do coração. “Estresse, ansiedade e depressão estão associados a um maior risco de problemas cardíacos. O estresse crônico, do dia a dia, do ambiente de trabalho, pode liberar adrenalina em excesso, alterar o cortisol basal no nosso organismo, o que pode levar ao aumento da pressão arterial e a outras condições prejudiciais, enrijecendo os vasos do coração e do cérebro, o que predispõe a doenças cardíacas e vasculares também, como o AVC [Acidente Vascular Cerebral]”, afirma a cardiologista do Hospital do Coração Alagoano.
Uma dúvida comum, segundo Rayssa Rodrigues, é se uma pessoa que sofre uma parada cardíaca está condenada a morrer. “Não necessariamente”, diz ela, salientando, entretanto, que “a chance de sobrevivência depende do tempo que leva para iniciar o socorro e a desfibrilação. Quanto mais rápido a pessoa receber atendimento, maiores são as chances de sobrevivência. Neste caso, a conscientização sobre os primeiros socorros é vital e pode salvar vidas”, pontua a especialista.
JOVENS TAMBÉM ENFARTAM?
O infarto não é uma preocupação exclusiva da população mais velha. “É um engano pensar que os jovens estão a salvo. Fatores como obesidade, sedentarismo, hipertensão e uso de substâncias como tabaco, álcool e drogas ilícitas podem levar a problemas cardíacos precoces. Esses fatores aliados à predisposição genética podem ocasionar o infarto”, alerta a médica, recomendando que a prevenção deve começar desde cedo, com hábitos saudáveis.
Outro mito que persiste é a ideia de que o sedentarismo não é um fator de risco significativo. Rayssa Rodrigues é clara: “O sedentarismo é, de fato, um dos principais fatores de risco para doenças cardíacas. A falta de atividade física contribui para o aumento do peso, da pressão arterial e dos níveis de colesterol, aumentando assim o risco cardiovascular. Por isso, incorporar exercícios regulares na rotina é essencial para a saúde do coração”, orienta Rayssa Rodrigues.
GORDURAS DA DIETA: VILÃS OU ALIADAS?
A relação entre gorduras, memória e saúde do coração é complexa. “As gorduras trans e saturadas, presentes em alimentos ultraprocessados, são prejudiciais tanto para o coração quanto para a função cognitiva e devem ser sempre evitadas e consumidas na menor quantidade possível. No entanto, gorduras saudáveis, como as encontradas em abacates, peixes e nozes, podem ser benéficas”, explica a cardiologista do Hospital do Coração Alagoano, frisando que a receita do sucesso é o equilíbrio e a qualidade dos alimentos consumidos.
A saúde do coração é um assunto que merece atenção e informação correta. A cardiologista Rayssa Rodrigues ressalta a importância de desmistificar conceitos para promover hábitos saudáveis e prevenir doenças. Durante o Setembro Vermelho, é fundamental lembrar que cuidar do coração é um compromisso que envolve todos, independentemente da idade ou gênero. Adotar um estilo de vida saudável pode fazer toda a diferença na qualidade de vida e na longevidade.
“A dica é ter uma vida saudável, se movimentar, tentar viver feliz e sem estresse para viver o melhor e por mais tempo possível. E nunca esquecer de fazer o check-up anual com o cardiologista de confiança”, enfatiza a especialista, salientando que o Hospital do Coração Alagoano é referência na assistência às doenças cardiovasculares para usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) em Alagoas.
Redação com Agência Alagoas