Os moradores da região dos Flexais, vítimas do afundamento do solo causado pela Braskem, seguem ilhados e questionam a permanência na localidade mesmo após a mineradora ter identificado um “desnível superficial” nas proximidades da mina 18, que colapsou em dezembro de 2023.
Em decorrência do desnível identificado, a Braskem suspendeu temporariamente, na última segunda-feira (21), o preenchimento da mina 27, garantindo a segurança dos trabalhadores da empresa.
Integrantes do Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB), questionam a retirada dos trabalhadores da Braskem enquanto os moradores dos Flexais continuam na região considerada “segura”.
“É um verdadeiro absurdo. Enquanto a Braskem suspende os trabalhos na mina 27 para proteger seus trabalhadores, as autoridades continuam ignorando o risco à vida dos moradores que ainda estão na área”, diz Maurício Sarmento, integrante do MUVB.
Os moradores pedem a realocação e se colocam contrários à requalificação dos Flexais, já que a área encontra-se isolada socioeconomicamente.
“Afinal, se o solo está instável para os funcionários, como pode ser seguro para quem vive ali? A responsabilidade por essa tragédia anunciada cai diretamente sobre o juiz André Granja, que, até agora, perpetua a permanência dessas famílias em áreas de extremo risco”, pontua Sarmento.
O Ministério Público de Alagoas prometeu, na semana anterior, articular uma reunião com a Prefeitura de Maceió, Defensoria Pública da União e o Ministério Público Federal, a fim de ouvir novamente as demandas dos moradores da região.
De acordo com a Braskem, não houve registro de tremores de terra na região, e no entorno da cavidade serão realizadas avaliações técnicas. Ainda segundo a mineradora, a suspensão acontece de maneira preventiva e foi oficialmente comunicada à Agência Nacional de Mineração (ANM). A área afetada está fora do raio de segurança da cavidade.