Anadia/AL

24 de novembro de 2024

Anadia/AL, 24 de novembro de 2024

Bolsonarista Gustavo Gayer é peça central em organização criminosa, diz PF ao STF

Deputado de extrema direita, notório pelo discurso anticorrupção, segundo federais, liderava esquema de desvio de cotas parlamentares e falsificação de documentos para criar Oscip.

ABN - Alagoas Brasil Noticias

Em 25 de outubro de 2024

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O ex-presidente Jair Bolsonaro e o deputado federal Gustavo Gayer. Créditos: Redes sociais/Reprodução

Por Henrique Rodrigues

A Polícia Federal informou em seu relatório reportado ao Supremo Tribunal Federal que o deputado bolsonarista Gustavo Gayer (PL), notório por seu discurso anticorrupção e reacionário, é a “peça central” de uma organização criminosa que desviava dinheiro da cota parlamentar e falsificava documentos com o objetivo de criar uma Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) fraudulenta.

No documento encaminhado ao STF, a PF diz que Gayer é suspeito de ter praticado “os possíveis crimes, responsável por direcionar as verbas parlamentares para atividades de particulares, as quais tinham o intuito de movimentar atos antidemocráticos, e autorizar a participação dos demais integrantes do grupo nestas atividades”. No inquérito, o bolsonarista é investigado por ter utilizado secretários parlamentares que recebiam salários provenientes do dinheiro público para que eles executassem tarefas de ordem partículas. “[O deputado] teria utilizado verbas públicas para manter, ainda que parcialmente, essas atividades privadas, uma vez que funcionariam em local custeado com verbas de cota parlamentar”, lê-se na denúncia.

PF bateu à porta de Gayer logo cedo

A Polícia Federal desarticulou nesta sexta-feira (25) um esquema de corrupção em Brasília que envolve desvio de verba parlamentar e fraudes para uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP). A operação, intitulada Discalculia, mira uma associação criminosa que lucrava com o dinheiro público e um dos principais alvos é o deputado federal bolsonarista Gustavo Gayer (PL). A Fórum já havia antecipado o esquema em reportagem publicada no dia 7 de junho. Leia aqui.

A operação investiga um esquema de desvio de verbas parlamentares na OSCIP, marcada por uma falsificação em sua Ata de Assembleia, que, de forma retroativa, data de 2003. Na época, o quadro social da OSCIP era composto por crianças de 1 a 9 anos, segundo os registros disponíveis.

Em resposta aos delitos, que incluem associação criminosa, falsidade ideológica, falsificação de documentos particulares e peculato-desvio, aproximadamente 60 agentes da Polícia Federal estão executando 19 mandados de busca e apreensão. Esses mandados foram emitidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e estão sendo cumpridos em várias cidades, como Goiânia, Aparecida de Goiânia, Valparaíso de Goiás, Cidade Ocidental e Brasília.

Gayer foi às redes sociais chorar e dizer que a polícia bateu à sua porta às 6h. “Não falam o porquê que tô sofrendo busca e apreensão, claramente querendo prejudicar meu candidato Fred Rodrigues (PL-GO) aqui em Goiânia. Esses policiais viraram jagunços de um ditador”, reclamou em um vídeo divulgado em seu perfil no X, referindo-se a Alexandre de Moraes. “Vieram à minha casa, levaram meu celular, HD, essa democracia relativa está custando caro para o nosso país.”

Durante uma das buscas, foram encontrados mais de R$ 70 mil em dinheiro vivo na casa de um assessor de Gayer. A Polícia Federal informou que recursos públicos estavam sendo usados para financiar empreendimentos privados. Os mandados estão sendo executados no imóvel funcional do deputado em Brasília, bem como em sua residência.

Redação com Revista Fórum

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