O petista Evandro Leitão será o novo prefeito de Fortaleza (CE). O candidato foi eleito neste domingo 27 após superar o bolsonarista André Fernandes (PL) no segundo turno. Com 100% das urnas apuradas, ele alcançou 50,3% votos, enquanto o adversário obteve 49,6%.
A vitória de Leitão representa uma virada na comparação com o primeiro turno, já que o candidato do PL liderou a disputa com 40% dos votos válidos, enquanto o petista marcou 34%. No segundo turno, as pesquisas divulgadas na véspera do pleito indicavam um empate técnico.
Evandro Leitão é figurinha carimbada na Assembleia Legislativa do Ceará, onde está no terceiro mandato como deputado estadual. Por lá, inclusive, foi o presidente da Casa e já trabalhou como líder de governo durante a gestão de Camilo Santana (PT) no estado.
Na política, Leitão também foi nome importante do governo de Cid Gomes (hoje no PSB), fase em que ocupou a Secretaria do Trabalho e do Desenvolvimento Social do Ceará. Nesta eleição, Leitão foi o nome escolhido para representar uma espécie de frente ampla, na qual estão PCdoB, PV, PP, PSB, PSD, Republicanos e MDB.
A sua trajetória partidária foi quase toda no PDT, partido no qual permaneceu de 2009 a 2023. Ele deixou a legenda após as brigas protagonizadas pelos irmãos Gomes, acompanhando Cid no grupo que se desligou da sigla no ano passado. Sua saída gerou um processo, que ainda não resultou em desfecho: na Justiça Eleitoral, o PDT cobra a vaga para qual ele foi eleito na Assembleia do Ceará, alegando infidelidade partidária e outras irregularidades no processo de desligamento.
Ainda no imbróglio com o PDT, Leitão processou Ciro Gomes por danos morais. O ex-ministro chamou o deputado de ‘covarde’ no contexto de discussões e assinaturas de um pedido de CPI contra o narcotráfico no Ceará. A ação está em andamento.
Na Justiça, há outra acusação que reverberou nestas eleições: a de que ele teria tentado fraudar sua real situação financeira em um processo. Leitão pediu para não pagar as custas de uma ação que movimentava contra um esquema de pirâmide financeira, alegando não ter recursos suficientes, apesar do salário de deputado e da aposentadoria como servidor público. O pedido foi negado, mas gerou certa munição para os adversário.
Redação com Carta Capital
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