Por Márcio Resende, correspondente da RFI em Buenos Aires
O acordo que cria a maior área de livre comércio do mundo, unindo a União Europeia e o Mercosul, é iminente. Os ministros das Relações Exteriores dos países fundadores do Mercosul, Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, reunidos em Montevidéu nesta quinta-feira (5), avaliaram o texto final do acordo.
“E todos os países se pronunciaram a favor do acordo. Tomara que possamos dar os passos que faltam, que são muito poucos, porque o texto já existe. Então, vemos como um grande anúncio, uma grande possibilidade”, disse, no meio da tarde, o chanceler uruguaio, Omar Paganini, aos jornalistas na sede do Mercosul, onde se realiza a reunião do bloco.
Horas depois, depois de uma reunião entre a presidente da Comissão Europeia, Ursula Van der Leyen e o presidente anfitrião, o uruguaio Luis Lacalle Pou, na Torre Executiva da Presidência do Uruguai, Paganini disse que faltam alguns detalhes menores para um grande anúncio nesta sexta-feira, depois que Ursula von der Leyen se reunir com os presidentes nesta manhã durante a reunião de Cúpula do Mercosul.
“Estamos nas etapas finais. Tomara que nesta sexta-feira os líderes possam dar a decisão final de que foi acordado um texto que está praticamente pronto. Faltam alguns detalhes mínimos. Esperamos dar essa boa notícia”, indicou.
Decisão de acordo
A presidente da Comissão Europeia chegou de forma inesperada a Montevidéu, num claro sinal de que haveria um anúncio de acordo depois de 25 anos de negociações. Quando o voo de Bruxelas aterrissou em São Paulo para uma conexão à capital uruguaia, Von der Leyen publicou nas redes sociais:
“Aterrissagem na América Latina. A linha de chegada do acordo UE-Mercosul está à vista. Vamos trabalhar, vamos atravessá-la. Temos a chance de criar um mercado de 700 milhões de pessoas. A maior associação de comércio e de investimento que o mundo já viu. As duas regiões serão beneficiadas”, anunciou.
“Não é um acordo apenas do ponto de vista econômico, mas também político num momento em que o mundo se fragmenta. Podemos mostrar o valor de integrar regiões que têm em comum muita história, muita cultura e muitos valores, principalmente em defesa da democracia”, acrescentou o chanceler Paganini.
O Uruguai passa a presidência rotativa do Mercosul à Argentina pelos próximos seis meses. O atual presidente Luis Lacalle Pou deixará o em 1º de março, depois de passar os últimos cinco anos defendendo a necessidade de ampliar os tratados de livre comércio do bloco com o mundo.
Avanço das negociações
O acordo com a União Europeia também terá impacto nas negociações paralisadas com o EFTA (Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein). Assim como o acordo com a União Europeia não foi ratificado após ter sido fechado em junho de 2019, o acordo com o EFTA, fechado dois meses depois, também continua à espera de ser ratificado.
“O que desbloqueou o acordo com a União Europeia foi que, desde 2023, a presidência do Brasil avançou muito. Depois, mudou o governo da Argentina, que antes era contra. Também havia assuntos delicados, vinculados ao meio ambiente, mas trabalhamos muito para encontrar fórmulas que sirvam para todas as partes. Esse era o ponto que faltava fechar”, apontou o ministro Omar Paganini.
“Agora talvez requeira algum ajuste menor, mas já está tudo fechado e pronto para ser anunciado”, confirmou Paganini, antecipando o desfecho previsto para as próximas horas.
Redação com RFI
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