O general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro em 2022, foi preso neste sábado (14), no Rio de Janeiro, sob a acusação de participação em uma tentativa de golpe de Estado e no planejamento de assassinatos de autoridades, conforme apurado pela Polícia Federal (PF). As informações são do G1.
A prisão de Braga Netto ocorre após o general ter sido indiciado no mês passado, junto ao ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 35 pessoas, por integrar uma suposta trama para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin, eleitos presidente e vice-presidente em 2022.
Entre os elementos mais graves do caso está o plano denominado “Punhal Verde e Amarelo”, que previa o assassinato de Lula, Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. O planejamento teria sido apresentado a Braga Netto em uma reunião realizada na sua própria casa, em 12 de novembro de 2022. Segundo a PF, estiveram presentes no encontro os tenentes-coronéis Mauro Cesar Cid e Ferreira Lima, e o major Rafael de Oliveira. “A reunião contou com o tenente-coronel MAURO CESAR CID, o Major RAFAEL DE OLIVEIRA e o Tenente-Coronel FERREIRA LIMA, oportunidade em que o planejamento foi apresentado e aprovado pelo General BRAGA NETTO”, afirma o relatório da PF.
Estrutura golpista e plano de crise
Conforme o inquérito da PF, o plano envolvia envenenar Lula e Moraes em dezembro de 2022, antes da posse presidencial. A estratégia incluía ainda a criação de um “Gabinete Institucional de Gestão da Crise”, que seria liderado pelos generais Augusto Heleno, então ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e Braga Netto.
A minuta para a instituição desse gabinete foi encontrada em 19 de novembro na posse do general da reserva Mario Fernandes, preso anteriormente e apontado como autor intelectual do plano. De acordo com as investigações, a estrutura golpista contaria também com militares próximos a Bolsonaro, incluindo o ex-assessor Filipe Martins.
Contexto político e desdobramentos
No momento do planejamento, em novembro de 2022, Lula e Alckmin já haviam vencido as eleições, mas ainda não haviam tomado posse. Alexandre de Moraes, por sua vez, era presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e desempenhou papel decisivo no combate à disseminação de notícias falsas durante o período eleitoral.
As prisões de figuras-chave como Braga Netto e Mário Fernandes demonstram o avanço das investigações sobre as tentativas de desestabilizar a democracia brasileira no período de transição de governo. A PF não descarta a possibilidade de novos desdobramentos, incluindo o indiciamento de outros militares e políticos envolvidos na trama.
Redação com Brasil 247
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