Por Emanuelle Vanderlei
O ano de 2025 começa com a saída de alguns gestores destacados nos municípios alagoanos. De acordo com a legislação eleitoral brasileira, um prefeito só pode permanecer no cargo por oito anos consecutivos. Caso seja eleito, cumpra o mandato de quatro anos, dispute a reeleição e vença, ele não pode voltar a concorrer para o mesmo cargo. E esse é o caso de nomes como o presidente da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), Hugo Wanderley (MDB), que deixou a prefeitura de Cacimbinhas.
Até 2026, pelo menos, esses nomes ficam sem mandato eletivo. No entanto, alguns se mantêm em atividade através de mandatos que ajudaram a eleger. Hugo, por exemplo, não está mais atuando em Cacimbinhas, mas já se estabeleceu em Estrela de Alagoas, junto com o tio que acaba de se eleger prefeito pela oposição. Roberto Wanderley (MDB) tem feito publicações desde os primeiros dias de mandato, sempre ao lado de Hugo apontando problemas da gestão anterior e apresentando as primeiras ações. Apesar de ainda constar como presidente da AMA, já que ainda não houve eleição da nova diretoria, Hugo tem se dedicado mais às atividades em Estrela de Alagoas, onde já foi nomeado Secretário Geral do município.
Gilberto Gonçalves (PP), depois de oito anos à frente do município de Rio Largo, elegeu o sobrinho Carlos Gonçalves (PP) como sucessor. Ele também permanece na gestão ocupando o cargo de Secretário Geral do município. Observando o perfil de ambos nas redes sociais, Gilberto parece que permanece no cargo de prefeito, enquanto o sobrinho prefeito ocupa tranquilo a posição de coadjuvante, ao seu lado. Do período que foi prefeito para agora, a diferença nas postagens de Gilberto é apenas o nome “prefeito” que não aparece mais no colete. Mas a postura é a mesma, ele segue como protagonista dos vídeos, apresentando as ações e programas da prefeitura.
Já em Palmeira dos Índios, Júlio Cezar (MDB), conseguiu fazer uma sucessora, mas parece seguir dando as cartas. Tia Júlia (MDB), como é conhecida a nova prefeita, ocupa a cadeira, mas as articulações do ex-prefeito parecem permanecer ativas. As críticas têm sido frequentes, e como ela tem mantido todas as indicações do sobrinho para o secretariado, inclusive com ele presente em algumas reuniões, tem sido difícil negar que na prática é um terceiro mandato.
A partir de agora, a corrida para 2026 já começou. Alguns desses nomes que encerraram seus mandatos, devem buscar espaço no parlamento estadual, ou até federal. Mas até lá, devem se manter em atividade através das alianças políticas. Seja “dividindo a gestão” com os sucessores, ou através de acordos firmados antes mesmo das eleições. Há uma expectativa de que muitos ex-gestores sejam acomodados na estrutura do Governo Estadual, já há muita especulação sobre isso nos bastidores desde 2024, mas até o momento, não houve mudanças.
A reportagem da Tribuna Independente tentou contato com o ex-prefeito de Palmeira dos Índios para saber se ele pretende ser secretário no município, mas até o fechamento desta edição, não houve êxito. O espaço segue aberto.
Redação com Gazeta Web
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