Ao longo do ano passado, 760 pessoas foram mortas por policiais militares em São Paulo, um número 65% maior do que em 2023, quando as mortes em decorrência de intervenção policial somaram 460 casos. Os dados foram divulgados nesta terça-feira 14 pelo Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública ( Gaesp), do Ministério Público paulista.
Do total, 640 mortes aconteceram quando policiais em serviço. Os demais casos são de agentes do Estado que estavam de folga. Trata-se, portanto, de uma média de duas pessoas mortas por dia. Por outro lado, as mortes causadas por policiais civis diminuíram – foram 35 em 2024, uma redução de 25% em relação ao período anterior.
Este é o segundo ano consecutivo em que o Gaesp aponta um aumento na letalidade policial na gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos). A violência cometida pelos agentes tem ganhado destaque graças às operações feitas na Baixada Santista e os recentes casos de pessoas mortas durante abordagens. Em 2022, o número de mortes por policiais foi de 396.
Naquele ano, sob o governo do tucano Rodrigo Garcia, o estado registrou o menor número de mortes por PMs em serviço na história, um marco atribuído à implantação das câmeras corporais. Ao alcançar 760 mortes em 2024, São Paulo voltou para o patamar anterior à introdução das câmeras corporais.
Se comparado com 2022, antes do governo Tarcísio, o número de mortes praticadas por policiais militares aumentou 91%. Durante a campanha eleitoral, o atual governador defendeu o fim das câmeras e, já à frente do Palácio dos Bandeirantes, anunciou uma mudança no modelo atual, de gravação ininterrupta.
Em dezembro passado, porém, o chefe do Executivo recuou e admitiu estar equivocado. No mesmo mês, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, estabeleceu exigências para o uso obrigatório das câmeras corporais pelos PMs. O magistrado já havia estipulado a obrigatoriedade anteriormente.
A Secretaria de Segurança Pública ainda não comentou sobre os dados divulgados nesta terça-feira. Quando casos de abuso policial repercutiram nas redes sociais, a pasta disse não compactuar com “excessos ou desvios de conduta, punindo exemplarmente aqueles que infringem a lei e desobedecem aos protocolos estabelecidos pelas forças de segurança”.
Redação com Carta Capital
Espaço Publicitário
Mantenha-se Informado(a)
Acesse o Portal ABN !
Curta & Compartilhe 👁️🗨️