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Moradores dos Flexais de Cima e de Baixo, localidades do bairro de Bebedouro, em Maceió, afetadas pela atividade de mineração da Braskem, que provocou rachaduras e afundamento de solo, reafirmaram em audiência pública, realizada na última quinta-feira (13), que querem ser realocadas e precisam de indenização para recomerem suas vidas.
A audiência foi realizada pela Defensoria Pública do Estado de Alagoas (DPE-AL) que tem atuado para que os moradores sejam ouvidos e incluídos na relação de indenizados, visto que eles foram afetados pelo isolamento social e econômico causado pela tragédia atribuída à mineradora Braskem. O encontro foi conduzido pelo Defensor Público Ricardo Antunes Melro, coordenador do Núcleo de Proteção Coletiva.
No encontro, afirmaram que querem em um local seguro para recomeçarem suas vidas e relataram diversas dificuldades enfrentadas na região. Um dos problemas citados por eles é a falta de segurança, que tem levado muitas pessoas a abandonarem suas casas e contribuído para o aumento dos casos de violência contra mulheres, especialmente quando precisam caminhar longas distâncias para ter acesso ao transporte público.
Outro problema apontado foi a precariedade estrutural da área, onde há rachaduras e pontos com água minando do chão. Além disso, a presença de animais como jacarés tem gerado preocupação entre os moradores. A ausência de um cemitério na região também foi apontado como um obstáculo significativo para a comunidade.
De acordo com Defensoria Pública, os depoimentos dos moradores irão embasar a adoção de medidas imediatas, incluindo o envio de ofícios e requerimentos aos órgãos competentes do Município de Maceió e do Estado. Os relatos também servirão de base para novos pedidos administrativos e ações judiciais voltadas à realocação dos moradores e ao pagamento de indenizações.
A audiência contou com a participação dos deputados estaduais José Wanderley e Cabo Bebeto; dos vereadores Delegado Thiago Prado, Leonardo Dias, Teca Nelma e Alan Pierre; do representante do Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB), Cássio Araújo; do líder comunitário Maurício Samento; do representante do subcomandante-geral da Polícia Militar, cel PM Renilson; e do pastor Pastor Luiz Hamilton Júnior.
Após os relatos, as autoridades presentes demonstraram solidariedade e se comprometeram a buscar soluções para atender às demandas da população.
Afundamento de solo pode chegar à Avenida Fernandes Lima
O principal corredor de transporte de Maceió pode ser afetado pela atividade de mineração da Braskem. Segundo o pesquisador e professor universitário aposentado Abel Galindo, o processo de acomodação do solo nas áreas afetas por rachaduras e afundamento de solo pode atingir a Avenida Fernandes Lima, no bairro do Farol.
A afirmação do também engenheiro civil foi feira durante uma inspeção na região. Segundo ele, os imóveis próximos à Fernandes Lima tendem a se desvalorizar devido aos impactos estruturais. Galindo afirmou que, apesar do risco do problema chegar à avenida, não há risco direto à vida dos moradores.
O professor afirmou que o aterramento feito pela mineradora pode durar até 10 anos e que as minas continuam afundando, mesmo com o aterramento. À medida que as minas afundam, tracionam as superfícies , impactando os bairros nas imediações da Avenida Fernandes Lima, onde o raio de influência chega.
Redação com Cada Minuto
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