Anadia/AL

2 de março de 2025

Anadia/AL, 2 de março de 2025

Reunidos em Londres, aliados da Ucrânia concordam em manter ajuda militar a Kiev e repensam defesa comum

Dirigentes de 18 países aliados da Ucrânia, entre eles França, Reino Unido e Canadá, se reuniram em uma cúpula organizada em Londres, neste domingo (2), para tratar sobre a Ucrânia e a segurança europeia.

ABN - Alagoas Brasil Noticias

Em 2 de março de 2025

G.0

(Foto de Christophe Ena / POOL / AFP) AFP - CHRISTOPHE ENA

Tendo o primeiro-ministro britânico como mediador, os participantes discutiram um plano para acabar com os conflitos na Ucrânia.

Eles concordaram em manter a ajuda militar e pressão econômica sobre a Rússia para para permitir a Kiev chegar a uma posição de força em futuras negociações de paz, anunciou o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer. “Este dinheiro virá de bens apreendidos da Rússia”, disse o chefe do Governo britânico, na Lancaster House, em Londres.

O Reino Unido e a França trabalharão em conjunto com Ucrânia para chegar a um plano de paz “para parar os combates”. Esse plano será apresentado depois a Washington, reiterou o premiê. “A Europa deve fazer um trabalho duro, mas para defender a paz em nosso continente e ter sucesso, esse esforço deve ser fortemente apoiado pelos Estados Unidos”, afirmou o líder britânico.

O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, insistiu neste domingo que o Ocidente deve resistir à “chantagem e  à agressão” da Rússia, pedindo unidade entre a Europa e os Estados Unidos sobre a questão ucraniana. Tusk acrescentou que “tudo deve ser feito para garantir que a Europa e os Estados Unidos falem a uma só voz”.

Rearmamento

Mais cedo, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, destacou que a Europa precisa “urgentemente” se rearmar. Em declarações aos repórteres, ela anunciou que apresentaria “um plano abrangente sobre como rearmar a Europa”, durante a cúpula especial de defesa da UE, na próxima quinta-feira (6), citando a necessidade de aumentar os gastos com defesa “por um período de tempo prolongado”.

A reunião, que estava planejada há muito tempo el Londres se transforma em uma reunião de crise, depois do mal-estar entre Volodymyr Zelensky e Donald Trump, o que precipita a urgência dos ucranianos em ver a Europa substituir os americanos em questões de defesa continental. Os ucranianos esperam que os países da UE consigam fornecer os meios para isso, relata a correspondente da RFI em Kiev, Emmanuelle Chaze.

Volodymyr Zelensky foi recebido calorosamente pelos outros 18 participantes da reunião, na qual estão o presidente francês Emmanuel Macron, o chanceler alemão Olaf Scholz, o secretário-geral da Otan Mark Rutte e o presidente do governo espanhol Pedro Sánchez, entre outros.

Zelensky chegou a Londres no sábado (1º), onde foi calorosamente recebido pelo primeiro-ministro Keir Starmer. “Você é bem-vindo a Downing Street. “Você tem o apoio do povo britânico em todo o Reino Unido e estamos absolutamente determinados a apoiá-lo e a alcançar uma paz duradoura para a Ucrânia”, disse o britânico.

No sábado, Londres e Kiev assinaram um acordo para um empréstimo de 2,26 bilhões de libras (R$ 16,7 bilhões) para apoiar a Ucrânia em sua defesa. O empréstimo será pago com os lucros dos ativos russos congelados na Europa. “O dinheiro será usado para produzir armas na Ucrânia”, explicou Zelensky, “grato ao povo e ao governo do Reino Unido”.

A imprensa britânica destaca a relação especial que o Reino Unido tem com os Estados Unidos e como Zelensky poderia ter em Starmer um aliado para restaurar a negociação com a Casa Branca.

“O Reino Unido e a França estão liderando a discussão, e é por isso que trabalharei com o presidente Macron. Este é um passo na direção certa. Precisamos adotar um ritmo mais rápido e flexível, “explicou Keir Starmer.

Os ucranianos esperam para ver quais anúncios concretos são possíveis do lado europeu. Isso inclui desde ajuda militar com veículos, munição e defesa aérea até outras formas de participação, como treinamento de soldados ucranianos ou estabelecimento de uma força de manutenção da paz pan-europeia, que poderia ser enviada à Ucrânia.

A ideia de uma dissuasão nuclear europeia compartilhada também é levantada, depois que a Alemanha trouxe o assunto à pauta. “No curto prazo, obviamente, a margem de manobra dos europeus é muito estreita, praticamente inexistente”, analisa Alain de Neve, pesquisador do Instituto Real Superior de Defesa de Bruxelas. “A dimensão europeia da dissuasão nuclear poderia, portanto, permitir que a Europa ganhasse tempo para reconstruir suas forças e construir proteção adicional “, completa.

Um despertar estratégico europeu

O presidente francês, Emannuel Macron, falou por telefone com Volodymyr Zelensky e Donald Trump, na noite de sexta-feira (28). “Se os Estados Unidos concluíssem um cessar-fogo apenas com a Rússia, isso violaria o direito internacional, seria uma ruptura profunda” observou Macron. O líder francês teme que um sinal tenha sido dado a Moscou para ir mais longe, em direção à Moldávia ou à Romênia.

Emmanuel Macron insiste na importância de uma defesa europeia e da ação rápida do Ocidente. “É hora de um despertar estratégico europeu”, defende.

Porém, isso deveria ser feito dentro da Otan, da União Europeia ou seria necessária uma nova estrutura? Uma questão espinhosa que precisará ser respondida rapidamente pelos europeus.

Zelensky se encontra com o rei Charles III

Na tarde deste domingo, o presidente ucraniano foi recebido pelo rei Charles III em sua residência no leste da Inglaterra, após Volodymyr Zelensky ter participado da cúpula de líderes aliados de Kiev, em Londres, informou o Palácio de Buckingham.

A reunião em Sandringham acontece dois dias após a discussão acalorada entre o líder ucraniano e o presidente dos EUA, Donald Trump. O republicano foi convidado para uma visita de Estado ao Reino Unido, a segunda depois da de 2019. O convite do soberano foi entregue a Trump na quinta-feira pelo primeiro-ministro britânico Keir Starmer.

O rei britânico Charles III e o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky apertam as mãos na propriedade de Sandringham em Norfolk, leste da Inglaterra, em 2 de março de 2025. (Foto de Joe Giddens / POOL / AFP)
O rei britânico Charles III e o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky apertam as mãos na propriedade de Sandringham em Norfolk, leste da Inglaterra, em 2 de março de 2025. (Foto de Joe Giddens / POOL / AFP) AFP – JOE GIDDENS

RFI


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