O mercado automobilístico, no entanto, permaneceu estável (-0,72%) no período, no país, assim como as vendas de carros elétricos, que atingiram quase 18% do mercado em fevereiro. O Renault 5 e o Citroën C3, lançados no final de 2024, recuperaram a participação de mercado da fabricante americana.
“Houve uma redistribuição significativa em um ano, mais em benefício dos fabricantes europeus”, enfatizou Marc Mortureux, da PFA, que representa fabricantes e grandes fornecedores de equipamentos.
Na Europa, as vendas da Tesla já haviam caído quase pela metade em janeiro. A posição de Elon Musk ao lado de Donald Trump está afastando os compradores da Tesla, e pedidos de boicote foram lançados em países como Alemanha e Polônia.
Na parte traseira dos Teslas, proprietários colaram adesivos dizendo “Comprei antes de Elon enlouquecer”. Nos Estados Unidos este “aviso” também é visto nos carros da marca. Mesmo assim, ainda é difícil avaliar até que ponto o bilionário e seu apoio à extrema direita europeia estão assustando os potenciais clientes.
Em nível global, a fabricante anunciou, no final de janeiro, uma queda de 1% em suas entregas em 2024, a primeira queda em sua história – embora previsse “um ligeiro aumento”.
A Tesla foi afetada por fechamentos temporários de unidades, principalmente na Alemanha, após um incêndio criminoso e uma greve, mas também no Texas e na China, para obras de modernização. Ainda líder mundial de carros elétricos com seus modelos carregados de tecnologia, a Tesla enfrenta dificuldades, principalmente devido a uma mudança no padrão dos veículos, com a implantação gradual da nova versão de seu SUV, o modelo Y.
A marca, que também enfrenta uma avalanche de modelos elétricos de seus concorrentes, garante que vai retomar ao longo ano, graças à chegada de modelos mais baratos e de um robotaxi.
Imposto europeu
Desde o início de 2025, as taxas alfandegárias europeias também começam a afetar as importações de carros elétricos chineses. A marca MG, da gigante chinesa SAIC, deixou de lado sua ofensiva elétrica para se reposicionar em modelos híbridos, que são menos tributados.
Os registros de carros elétricos também foram apoiados por compras em massa por parte de empresas. As vendas para pessoas físicas na França caíram 29%, na comparação com fevereiro de 2024, quando a oferta de leasing impulsionou os registros de veículos elétricos.
“A demanda continua amplamente impulsionada pela ajuda à compra”, comentou Marie-Laure Nivot, da AAA Data.
O mercado automobilístico francês permaneceu, em geral, lento em fevereiro, com 141.568 registros, ainda longe dos números anteriores à epidemia de Covid. Os modelos híbridos tomaram conta do mercado e representam 44,3% dos registros nos dois primeiros meses do ano, contra 25,4% dos modelos a gasolina, 4,6% a diesel (4,6%) e 17,7% dos modelos elétricos.
RFI
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