Os três reféns israelenses, Or Levy, 34 anos, Eli Sharabi, 52 anos, e Ohad Ben Ami, 56 anos, que tem dupla nacionalidade israelense e alemã, reconquistam a liberdade depois de passar 16 meses no cativeiro em Gaza. Esta é quinta troca de reféns por prisioneiros desde o início do conflito, em outubro de 2023.
Os israelenses foram entregues à Cruz Vermelha Internacional (CVI) em Deir al-Balah, no centro do território palestino, de acordo com o mesmo ritual de comunicação que tem sido adotado pelo Hamas. Cada um deles saiu de um carro branco do grupo terrorista. Em seguida, eles foram exibidos num palco montado pelo Hamas, onde antes funcionários da CVI tinham assinado os documentos de recepção dos reféns.
“Peço para o governo israelense continuar na via das negociações, peço que cumpra a segunda fase do acordo”, declarou Ben Ami no palco, rodeado de milicianos palestinos. “Digo às famílias dos reféns que continuem [a lutar] até que o acordo para o retorno para casa de todos os reféns seja cumprido. Esta é a única forma de todos regressarem”, acrescentou o israelense.
O Fórum das Famílias de Reféns israelenses denunciou “imagens chocantes” durante a libertação dos três, que, apesar do cansaço evidente, foram forçados a falar no pódio por um militante encapuzado do Hamas que segurava um microfone. O Fórum insistiu que “não há tempo a perder” para libertar a todos, enquanto o presidente israelense, Isaac Herzog, denunciou “um espetáculo cínico e cruel” que ilustra “um crime contra a humanidade”.
Em um comunicado, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, atualmente em visita aos Estados Unidos, disse que as “cenas chocantes vistas hoje não ficarão sem respostas”, referindo-se à aparência degradante dos reféns.
Depois de deixarem o território palestino, os três homens foram imediatamente transportados de helicóptero para um hospital israelense, para receberem atendimento médico.
Paralelamente, 183 prisioneiros palestinos começaram a deixar os presídios onde cumpriam pena em Israel. No grupo trocado neste sábado, 18 palestinos foram condenados à prisão perpétua, outros 54 a longas penas e 111 detidos em Gaza, após o ataque que desencadeou a guerra. O primeiro ônibus com os palestinos soltos se dirigiu para Ramallah, na Cisjordânia, onde foi recebido com festa pelos moradores.
A troca deste sábado estava incerta até sexta-feira, após declarações surpreendentes do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que, ao receber Netanyahu na Casa Branca na terça-feira, propôs que os Estados Unidos assumissem o controle de Gaza e que sua população fosse deslocada para países vizinhos. Esta ideia foi categoricamente rejeitada pelo Hamas e condenada pela comunidade internacional.
Esposas assassinadas
Em 7 de outubro de 2023, Eli Sharabi e Ohad Ben Ami foram sequestrados pelo Hamas no kibutz Beeri, no sul de Israel. Yossi Sharabi, irmão mais velho de Eli, foi levado separadamente e pode ter morrido. A esposa de Sharabi, Lianne, e as filhas adolescentes do casal foram assassinadas pelos terroristas.
Já a esposa de Ben Ami, pai de três filhos, também capturada com ele em Beeri, foi libertada durante a primeira trégua de uma semana, em novembro de 2023.
O terceiro refém, Or Levy, um programador de informática da cidade de Rishon Lezion, foi sequestrado quando estava escondido em um abrigo antiaéreo perto do festival de música Nova, atacado pelos terroristas. A esposa dele, Einav, foi morta no ataque do Hamas ao festival.
Desde 19 de janeiro, 21 reféns palestinos e 582 prisioneiros foram libertados, assim como um egípcio. A primeira fase do acordo de seis semanas prevê a entrega de um total de 33 reféns a Israel, incluindo pelo menos oito mortos, em troca de 1.900 palestinos.
Na semana passada, Yarden Bibas foi solto, mas sem sua esposa argentina Shiri e seus dois filhos, Ariel e Kfir, que agora teriam cinco e dois anos. O paradeiro dos três é desconhecido. O Hamas disse que eles foram mortos em um bombardeio israelense, mas o Exército israelense não confirmou a morte dos três. Na sexta-feira, Yarden Bibas pediu para Netanyahu fazer todo o possível para trazê-los de volta para casa.
O ataque do Hamas deixou 1.210 mortos do lado israelense, a maioria civis, de acordo com uma contagem da AFP baseada em dados oficiais. A ofensiva israelense matou pelo menos 47.583 pessoas em Gaza, a maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde controlado pelo Hamas, considerados confiáveis pela ONU.
Fonte: RFI
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