🛑 Por Dafne Ashton
Em entrevista ao editor-chefe do Brasil 247, Leonardo Attuch, na sede do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), em Xangai, a ex-presidenta Dilma Rousseff, atual presidenta do NDB, destacou o papel essencial do BRICS na multipolaridade global e na busca por estabilidade em meio às incertezas econômicas e geopolíticas. “O BRICS é um fator de estabilidade em tempos de incerteza”, afirmou Dilma, que atualmente preside o banco.
Na entrevista, ela abordou sua saúde após um problema viral recente e as perspectivas da próxima cúpula do BRICS, que ocorrerá no Brasil em julho. Dilma relatou ter enfrentado um vírus que afetou seu sistema vestibular, causando tontura e náusea. “Tive um tratamento perfeito aqui. Eles só te deixam sair do hospital quando você está completamente recuperado”, explicou, garantindo que está em plena condição para continuar seu mandato no NDB.
Hospital Inteligente e inovação tecnológica
Entre os projetos inovadores financiados pelo banco, Dilma anunciou a criação do primeiro Hospital Inteligente do Brasil, uma parceria entre o NDB, a USP e os Ministérios da Saúde e de Ciência e Tecnologia. O projeto utilizará inteligência artificial para aprimorar diagnósticos e atendimento. “Vai garantir mais precisão nos diagnósticos e reduzir custos”, disse Dilma. O hospital será implantado inicialmente em São Paulo e servirá como modelo para expansão para outras regiões do Brasil.
O projeto está alinhado à visão do NDB de apoiar a transição tecnológica e a modernização das infraestruturas de países emergentes. “Para avançarmos, precisamos investir em infraestrutura, transição energética e inovação”, ressaltou.
Experiência na China e legado político
Questionada sobre sua experiência na China, Dilma destacou a infraestrutura e a segurança do país, mencionando a eficiência da logística e dos serviços digitais. “Você compra algo pelo celular, deixam na porta da sua casa e ninguém pega”, exemplificou.
Apesar de sua satisfação com o cargo, Dilma reforçou que sua experiência como presidenta do Brasil continua sendo seu maior desafio e realização. “Nada é maior do que ser presidenta do Brasil. Nem presidente da galáxia”, brincou.
Futuro compartilhado e cooperação global
Dilma encerrou a entrevista destacando a importância da cooperação global para enfrentar desafios como desigualdade, fome e mudanças climáticas. “A grande esperança é o futuro compartilhado de toda a humanidade. Se não tivermos cooperação e multilateralismo, enfrentaremos guerras, fome e desigualdade extrema”, alertou. Para ela, os BRICS desempenham um papel essencial na construção de um mundo mais multipolar e equitativo. “O parâmetro não pode ser a força. Tem que ser o respeito entre os países”, concluiu.
🛑 Redação com Brasil 247
