A taxa de informalidade no mercado de trabalho brasileiro caiu para o menor patamar desde o início da pandemia da covid-19, refletindo os efeitos da recuperação econômica e do fortalecimento da geração de vagas formais durante o governo do presidente Lula. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad Contínua), do IBGE, a informalidade ficou abaixo de 38% no primeiro trimestre de 2025 — o menor nível da série histórica, excluindo os resultados atípicos registrados em 2020.
A reportagem foi originalmente publicada pelo jornal Valor Econômico e mostra que o bom desempenho do emprego com carteira assinada está surpreendendo especialistas, que já revisam para cima as projeções de geração de vagas neste ano, apesar das expectativas de desaceleração do crescimento a partir do segundo trimestre.
A taxa de desocupação subiu para 7% no trimestre encerrado em março, ante 6,6% no fim de 2024, mas, ao se considerar o ajuste sazonal, o indicador caiu para 6,5%. “Houve estímulos importantes nesse período, tanto por parte do governo federal como dos entes subnacionais [Estados e municípios], que deram impulso à atividade. E, à medida que o desemprego cai, a formalização cresce porque você chega a uma franja da população ativa que não consegue contratar se não oferece algo melhor que o emprego informal”, explicou Fernando Honorato, economista-chefe do Bradesco.
Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostram que, em março, foram criadas 71,5 mil vagas formais — resultado abaixo do esperado, mas que compensou o número robusto de fevereiro, quando 431 mil empregos com carteira foram adicionados à economia. Com isso, a ocupação formal completou 16 meses seguidos de crescimento, enquanto a informal registrou sua quinta queda consecutiva.
Alessandra Ribeiro, diretora da Tendências Consultoria, acrescenta que a reforma reduziu a judicialização das demissões e aumentou a segurança jurídica das empresas. Embora o número absoluto de ações trabalhistas tenha voltado a subir, superando 2 milhões em 2024, proporcionalmente à população ocupada, a judicialização continua em níveis inferiores aos anteriores à reforma.
Bruno Imaizumi, economista da LCA 4Intelligence, reforça que a legislação atual ainda oferece mais previsibilidade e reduz riscos para os empregadores, favorecendo a contratação formal, inclusive de trabalhadores por regimes como o intermitente e o temporário, que hoje respondem por cerca de 11% das admissões com carteira no Caged.
Além disso, o avanço da escolaridade — com a proporção de brasileiros com ensino superior triplicando entre 2000 e 2022 — e a digitalização da intermediação de vagas também têm papel relevante no processo de formalização, segundo os especialistas. “As plataformas de intermediação reduzem o custo do matchmaking entre empregadores e empregados, facilitando a contratação”, destacou Alessandra.
Para Imaizumi, a expectativa é que a taxa de desemprego se mantenha em 6,6% ao longo de 2025, com geração de 1,4 milhão de empregos com carteira assinada — 300 mil acima da previsão anterior. A Tendências, por sua vez, revisou sua estimativa para a criação líquida de vagas formais de 1 milhão para 1,5 milhão.
Combinando os estímulos públicos, os efeitos de reformas anteriores e a resiliência da economia, o cenário do mercado de trabalho no primeiro trimestre de 2025 indica que a formalização tende a se manter em alta, fortalecendo os indicadores sociais e consolidando os efeitos da retomada sob o governo Lula.
Redação com Brasil 247
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