O futebol europeu vive dias de intensa movimentação nos bastidores. Simone Inzaghi, técnico da Inter de Milão, tornou-se o centro de uma disputa que transcende as quatro linhas. O Al-Hilal, clube saudita em busca de um novo comandante após a saída de Jorge Jesus, apresentou uma oferta que agitou o mercado. A proposta, segundo a imprensa italiana, chega a valores astronômicos, capazes de testar a lealdade de qualquer treinador ao seu clube atual.
A temporada 2024/2025 tem sido marcante para Inzaghi. À frente da Inter, ele conduz o time em duas frentes de peso: a final da Champions League contra o Paris Saint-Germain e a luta pelo título do Campeonato Italiano. A possibilidade de uma mudança para a Arábia Saudita, no entanto, adiciona um novo capítulo a essa narrativa. O Al-Hilal, comandado por Fahad Bin Saad Bin Nafel, não mede esforços para garantir o italiano como peça-chave na próxima Copa do Mundo de Clubes.
O interesse do clube saudita não é novidade. Desde abril, negociações discretas vinham ocorrendo, mas a oferta oficial ganhou força nos últimos dias, com valores que prometem redefinir o mercado de treinadores. A seguir, os principais pontos que envolvem essa movimentação:
- Proposta financeira: O Al-Hilal oferece 20 milhões de euros anuais, cerca de R$ 126 milhões, um salto em relação ao salário atual de Inzaghi.
- Objetivo estratégico: O clube planeja ter o técnico para liderar o time no Mundial de Clubes, entre junho e julho de 2025, nos Estados Unidos.
- Concorrência: Apesar da oferta, a Inter trabalha para renovar o contrato de Inzaghi, que se estende até 2026.
- Decisão iminente: Representantes do treinador devem viajar a Riad para avaliar condições de vida e infraestrutura.
O cenário coloca Inzaghi em uma encruzilhada. Permanecer na Inter significa continuar a construir um legado em um dos clubes mais tradicionais da Europa, enquanto a proposta saudita oferece recursos financeiros e a chance de explorar um mercado em ascensão.
Pressão antes da final
A oferta do Al-Hilal chega em um momento crucial para a Inter de Milão. No próximo dia 31 de maio, o clube enfrentará o Paris Saint-Germain na final da Champions League, em Munique. A partida, marcada para as 16h (horário de Brasília), é vista como o ápice da temporada para Inzaghi, que já levou a Inter à final do torneio em 2023, embora sem o título. A possibilidade de conquistar o troféu europeu reforça o peso de sua decisão.
Fontes próximas ao clube indicam que Inzaghi mantém o foco total na preparação para o confronto contra o PSG. A equipe italiana eliminou o Barcelona nas semifinais, em um jogo eletrizante que terminou com sete gols, demonstrando a capacidade tática do treinador. A escalação para a final já está definida, com destaque para a dupla de ataque formada por Lautaro Martinez e Marcus Thuram.
Apesar do compromisso com a Inter, a proposta saudita não pode ser ignorada. O valor de 20 milhões de euros por ano coloca Inzaghi entre os técnicos mais bem pagos do mundo, superando nomes como Pep Guardiola e Jürgen Klopp. A pressão para tomar uma decisão deve aumentar após a final, com o Al-Hilal esperando uma resposta rápida para iniciar o planejamento da próxima temporada.
Histórico de sucesso na Inter
Simone Inzaghi assumiu o comando da Inter de Milão em junho de 2021, após uma passagem bem-sucedida pela Lazio. Desde então, o treinador transformou o clube em uma potência no futebol italiano e europeu. Em quatro temporadas, ele acumula números impressionantes, com 140 vitórias em 215 jogos, além de títulos que solidificaram seu nome entre os grandes técnicos da atualidade.
Na temporada 2023/2024, Inzaghi conquistou o Campeonato Italiano, encerrando a hegemonia da Juventus e do Milan. O título veio com uma campanha dominante, marcada por consistência defensiva e um ataque avassalador. Além disso, o treinador levantou duas Copas da Itália e três Supercopas Italianas, reforçando sua capacidade de vencer em diferentes frentes.
Os feitos de Inzaghi não se limitam ao cenário doméstico. Na Champions League, ele levou a Inter à final em 2023, um feito que poucos imaginavam possível quando assumiu o clube. A eliminação do Barcelona na semifinal de 2025, com um placar agregado que destacou a eficiência tática do time, colocou o italiano novamente no centro das atenções.
Estratégia do Al-Hilal
O Al-Hilal não escolheu Inzaghi por acaso. O clube saudita, um dos mais bem-sucedidos da Ásia, busca consolidar sua presença no cenário global. A saída de Jorge Jesus, que comandou o time em duas passagens vitoriosas, abriu espaço para uma reformulação ambiciosa. O presidente Fahad Bin Saad Bin Nafel enxerga no italiano o perfil ideal para liderar o projeto.
A proposta do Al-Hilal inclui mais do que um salário elevado. O clube oferece:
- Infraestrutura de ponta: Centros de treinamento modernos e estádios de alto padrão.
- Elenco competitivo: Jogadores como Neymar, Malcom e Mitrovic, que garantem qualidade técnica.
- Visibilidade global: Participação no Mundial de Clubes, com transmissão para milhões de espectadores.
- Autonomia tática: Liberdade para implementar seu estilo de jogo, conhecido pelo 3-5-2 dinâmico.
- Longo prazo: Contrato de pelo menos três anos, com metas claras de conquistas continentais.
A confiança de Bin Nafel na contratação é reforçada por negociações iniciadas em abril, quando o presidente esteve em Milão. A viagem de representantes de Inzaghi a Riad, programada para os próximos dias, será crucial para avaliar aspectos como moradia, escolas e qualidade de vida na capital saudita.
Reação na Itália
A notícia da oferta do Al-Hilal gerou reações imediatas na Itália. Torcedores da Inter expressaram preocupação nas redes sociais, temendo a perda de um treinador que se tornou símbolo de uma era vitoriosa. A hashtag #FicaInzaghi ganhou força entre os nerazzurri, com pedidos para que o clube acelere as negociações por uma renovação contratual.
A diretoria da Inter, por sua vez, mantém a calma. O contrato de Inzaghi, válido até 2026, dá ao clube uma posição confortável nas negociações. A expectativa é que uma proposta de extensão seja apresentada logo após a final da Champions League, com um aumento salarial e bônus por conquistas. A relação de confiança entre Inzaghi e os dirigentes também é um fator a favor da permanência.
Jornalistas italianos, no entanto, destacam a dificuldade de competir com os valores oferecidos pelo Al-Hilal. O jornal Corriere dello Sport publicou que a oferta saudita é “quase irrecusável” do ponto de vista financeiro, mas ponderou que Inzaghi prioriza o projeto esportivo. A decisão do treinador será acompanhada de perto por toda a imprensa europeia.
Momento decisivo no Italiano
Enquanto lida com a proposta do Al-Hilal, Inzaghi mantém o foco no encerramento do Campeonato Italiano. A Inter enfrenta o Como na sexta-feira, às 15h45 (horário de Brasília), em um jogo que pode definir o título. Para conquistar o scudetto, o time precisa vencer e torcer por um tropeço do Napoli contra o Cagliari.
A campanha da Inter na Serie A tem sido marcada por altos e baixos. Um empate por 2 a 2 contra a Lazio, na penúltima rodada, frustrou as chances de assumir a liderança. Inzaghi foi criticado por parte da imprensa italiana por falhas na mentalidade do time, mas respondeu com ajustes táticos que garantiram uma vitória por 2 a 0 sobre o Torino. O treinador, expulso no jogo contra a Lazio, assistirá ao duelo contra o Como das arquibancadas.
A escalação para a partida deve contar com os principais jogadores, incluindo Nicolo Barella e Hakan Calhanoglu no meio-campo. Inzaghi descartou poupar titulares, sinalizando sua determinação em buscar o título até o último minuto. A torcida promete lotar as ruas de Milão caso o bicampeonato seja confirmado.
Comparação com outros técnicos
A oferta do Al-Hilal coloca Inzaghi em um seleto grupo de treinadores cobiçados por clubes do Oriente Médio. Nos últimos anos, nomes como Steven Gerrard, que assumiu o Al-Ettifaq, e Nuno Espírito Santo, no Al-Ittihad, aceitaram propostas sauditas. A diferença, no caso de Inzaghi, está no momento de sua carreira: ele está no auge, com uma final de Champions League e um título italiano recente.
O salário proposto pelo Al-Hilal supera o de treinadores renomados no futebol europeu. Para efeito de comparação:
- Pep Guardiola (Manchester City): Aproximadamente 18 milhões de euros por ano.
- Jürgen Klopp (ex-Liverpool): Cerca de 15 milhões de euros anuais antes de deixar o clube.
- Diego Simeone (Atlético de Madrid): 14 milhões de euros por temporada.
- Simone Inzaghi (Inter): Atual salário de 5,5 milhões de euros, que pode triplicar com a oferta saudita.
A movimentação do Al-Hilal reflete a crescente influência financeira da Saudi Pro League. O campeonato, que já atraiu jogadores como Cristiano Ronaldo e Karim Benzema, agora busca treinadores de elite para elevar seu patamar competitivo.
Preparação para o Mundial de Clubes
O principal objetivo do Al-Hilal com a contratação de Inzaghi é o Mundial de Clubes, que será disputado entre junho e julho de 2025, nos Estados Unidos. O torneio, expandido pela Fifa, contará com 32 equipes, incluindo gigantes como Real Madrid, Manchester City e Bayern de Munique. O clube saudita vê na competição uma oportunidade de conquistar um título global.
Inzaghi, caso aceite a proposta, terá cerca de um mês para preparar o time. O elenco do Al-Hilal é um dos mais fortes da Ásia, com nomes como:
- Neymar: Astro brasileiro, recuperado de lesão, é a principal referência ofensiva.
- Aleksandar Mitrovic: Centroavante sérvio, artilheiro do time na temporada.
- Malcom: Ex-Barcelona, destaque nas jogadas de velocidade.
- Sergej Milinkovic-Savic: Meia sérvio, peça-chave no meio-campo.
A experiência de Inzaghi em competições europeias, especialmente na Champions League, é vista como um diferencial para enfrentar adversários de peso no Mundial. O treinador é conhecido por sua versatilidade tática, alternando entre o 3-5-2 e formações mais ofensivas, como o 4-3-3 testado contra o Torino.
Lealdade à Inter
Apesar da oferta tentadora, Inzaghi já demonstrou lealdade à Inter em outras ocasiões. No último verão europeu, o treinador recusou uma proposta do Manchester United, que buscava um substituto para Erik ten Hag. A decisão foi motivada pelo desejo de continuar o projeto em Milão, onde ele conquistou o respeito de jogadores e torcedores.
Massimo Moratti, ex-presidente da Inter, comparou Inzaghi a lendas como José Mourinho e Helenio Herrera, destacando sua importância para o clube. A relação com a torcida também é um fator relevante. Após a vitória contra o Torino, faixas no estádio San Siro exaltavam o trabalho do treinador, com mensagens como “Inzaghi, nosso maestro”.
A diretoria da Inter planeja uma reunião com o treinador logo após a final da Champions League. A proposta de renovação deve incluir um aumento salarial para 8 milhões de euros anuais, além de bônus por títulos. A permanência de Inzaghi é vista como essencial para manter a competitividade do clube na próxima temporada.
Influência do mercado saudita
A oferta do Al-Hilal é mais um capítulo na expansão da Saudi Pro League. Desde 2023, o campeonato investe pesado para atrair estrelas do futebol mundial. Além de jogadores, os clubes agora miram treinadores de renome, com o objetivo de melhorar a qualidade técnica e a visibilidade global da liga.
O Al-Hilal, em particular, tem uma história de sucesso na Ásia. O clube conquistou quatro títulos da Liga dos Campeões da AFC e é presença constante no Mundial de Clubes. A chegada de Inzaghi seria um passo ousado para competir de igual para igual com os gigantes europeus. Outros clubes sauditas, como Al-Nassr e Al-Ittihad, também acompanham a movimentação, mas o Al-Hilal lidera a corrida pelo italiano.
A liga saudita planeja investir ainda mais em 2025, com a contratação de novos jogadores e a modernização de estádios. A Copa do Mundo de Clubes será um teste crucial para o projeto, e a presença de um treinador como Inzaghi pode atrair ainda mais atenção para o torneio.
Cronologia da negociação
As tratativas entre Al-Hilal e Inzaghi seguiram um cronograma estratégico:
- Abril de 2025: Fahad Bin Saad Bin Nafel visita Milão para conversas iniciais com representantes do treinador.
- Início de maio: Al-Hilal formaliza a proposta de 20 milhões de euros anuais.
- Meados de maio: Inzaghi avalia a oferta, enquanto se prepara para a final da Champions League.
- Fim de maio: Representantes do treinador viajam a Riad para analisar as condições oferecidas.
- Junho: Decisão final esperada, com impacto direto no planejamento do Al-Hilal para o Mundial.
O timing da proposta, às vésperas da final da Champions, adiciona um elemento de tensão. Inzaghi, conhecido por sua calma sob pressão, deve equilibrar as demandas do presente com as possibilidades do futuro.
Desafios táticos no Mundial
Caso aceite o convite do Al-Hilal, Inzaghi enfrentará desafios táticos imediatos. O Mundial de Clubes reúne equipes com estilos de jogo variados, desde o futebol físico dos clubes sul-americanos até a posse de bola característica dos europeus. O treinador terá que adaptar seu 3-5-2, que depende de alas velozes e uma defesa sólida, ao elenco saudita.
O Al-Hilal, apesar de talentoso, enfrenta dificuldades contra adversários que dominam a posse de bola. Inzaghi, que já neutralizou times como Barcelona e Bayern de Munique, terá a missão de implementar um sistema compacto e eficiente. A presença de Neymar, um jogador de improvisação, pode ser um trunfo, mas exigirá ajustes para se encaixar no esquema coletivo.
A competição também será uma vitrine para Inzaghi. Um bom desempenho no Mundial pode consolidar sua reputação como um dos melhores treinadores do mundo, enquanto um fracasso precoce poderia gerar questionamentos sobre a decisão de deixar a Europa.
Apoio familiar na decisão
A família de Inzaghi desempenha um papel importante na negociação. Representantes próximos ao treinador viajaram a Riad para avaliar a infraestrutura da cidade, incluindo moradia, escolas e qualidade de vida. A capital saudita tem investido em modernização, com novos bairros residenciais e instituições internacionais, o que pode facilitar a adaptação.
Pippo Inzaghi, irmão de Simone e treinador do Pisa, defendeu publicamente o trabalho do técnico na Inter. Em entrevista recente, ele classificou as críticas ao irmão como “absurdas” e elogiou sua capacidade de transformar o 3-5-2 em um sistema “espetacular”. O apoio familiar pode pesar a favor da permanência na Itália, mas a oferta saudita também considera o bem-estar da família, um fator crucial para treinadores que mudam de continente.
Expectativas para a final
A final da Champions League contra o PSG será um marco na carreira de Inzaghi, independentemente de sua decisão sobre o Al-Hilal. O treinador já anunciou que não fará mudanças drásticas na escalação, confiando no elenco que eliminou o Barcelona. A estratégia deve priorizar a solidez defensiva, com Alessandro Bastoni e Yann Bisseck na zaga, e a criatividade de Calhanoglu no meio-campo.
O PSG, liderado por Kylian Mbappé, é um adversário formidável. Inzaghi, no entanto, tem um histórico de surpreender em jogos decisivos. A vitória por 2 a 0 sobre o Torino, com uma formação ajustada devido a lesões, mostrou sua capacidade de improvisar sob pressão. A torcida da Inter espera que o treinador repita o feito em Munique.
A partida também será acompanhada de perto pelo Al-Hilal. Uma conquista da Champions pode aumentar o prestígio de Inzaghi, tornando sua chegada à Arábia Saudita ainda mais impactante. Por outro lado, uma derrota não deve diminuir o interesse do clube saudita, que vê no italiano um líder para projetos de longo prazo.
Redação com Mix Vale