Anadia/AL

7 de junho de 2025

Anadia/AL, 7 de junho de 2025

Lindbergh pede tornozeleira eletrônica para Bolsonaro e alerta risco de fuga

Líder pede cautelares contra o ex-presidente, citando Zambelli e Eduardo Bolsonaro como indícios de articulações internacionais contra o Judiciário.

ABN - Alagoas Brasil Noticias

Em 4 de junho de 2025

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Lindbergh Farias | Jair Bolsonaro (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados | REUTERS/Bernadett Szabo)

Por José Reinaldo

O líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), protocolou nesta terça-feira (3) uma representação junto à Procuradoria-Geral da República solicitando que o Supremo Tribunal Federal (STF) imponha o uso de tornozeleira eletrônica ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A informação é da colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, e integra o mais recente capítulo da crise institucional envolvendo aliados do ex-mandatário.

O parlamentar argumenta que há “periculosidade processual concreta”, apontando risco de fuga e tentativa de obstrução da Justiça. “Posteriormente à formalização da denúncia [da PGR], Jair Bolsonaro tem adotado posturas públicas e privadas que denotam periculosidade processual concreta, com risco real à instrução criminal, à aplicação da lei penal e à preservação da ordem pública e institucional”, diz o documento assinado por Lindbergh.

Entre os elementos apresentados como justificativa, está o caso da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que fugiu do Brasil e anunciou que não pretende retornar. O deputado também menciona Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, que permanece nos Estados Unidos. Segundo Lindbergh, há suspeitas de que Eduardo esteja articulando com o governo do presidente dos EUA, Donald Trump, possíveis sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF.

“Ambos [Eduardo e Zambelli] são investigados em procedimentos análogos e possuem conexão direta com Jair Bolsonaro, que inclusive admitiu publicamente o financiamento da permanência de Eduardo nos EUA por meio de doações realizadas via Pix”, destaca a representação.

A representação lembra que Bolsonaro já buscou asilo diplomático. Durante o Carnaval de 2024, o ex-presidente se refugiou na embaixada da Hungria em Brasília, o que acendeu alertas nas autoridades sobre a possibilidade de manobras internacionais para evitar responsabilizações judiciais.

Lindbergh também cita um episódio envolvendo uma ligação de Bolsonaro ao senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), na véspera do depoimento do parlamentar no processo. Embora Mourão tenha afirmado à coluna que a conversa tratou apenas de “data e horário” do depoimento, além de questões pessoais, o episódio é interpretado na representação como mais um indício de interferência indevida.

“Há a necessidade de impedir o acesso do réu a locais sensíveis que poderiam ser utilizados como via diplomática para fuga ou articulação contra o Estado brasileiro”, sustenta o texto encaminhado ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, e ao ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no STF.

A análise da representação agora está nas mãos da Procuradoria-Geral da República e do ministro Alexandre de Moraes, que já conduz os principais inquéritos sobre os atos golpistas de janeiro de 2023 e o núcleo político que os estimulou.

Redação com Brasil 247

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