Anadia/AL

4 de junho de 2025

Anadia/AL, 4 de junho de 2025

Marinha expulsa primeiro militar envolvido nos atos golpistas de 8/1

O suboficial da reserva Marco Antônio Braga Caldas foi condenado a 14 anos de prisão pelo STF.

ABN - Alagoas Brasil Noticias

Em 4 de junho de 2025

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Marco Antônio Braga Caldas - Foto: Reprodução

O suboficial da reserva da Marinha Marco Antônio Braga Caldas, 51, condenado pelos atos do 8 de Janeiro, é o primeiro militar das Forças Armadas a ser excluído da carreira pela invasão aos prédios públicos.

A expulsão foi decidida por um Conselho de Disciplina criado pela própria Marinha para decidir sobre a situação do militar após a sua condenação no Supremo Tribunal Federal (STF). Marco Antônio foi condenado a 14 anos de prisão.

Em nota enviada ao jornal “Folha de São Paulo”, a Marinha informou que “foi proferida a decisão no referido Conselho de Disciplina, no sentido da exclusão a bem da disciplina do militar da situação de inatividade”.

O Conselho de Disciplina é instaurado para julgar militares suspeitos de terem cometido infrações disciplinares ou que tenham sido condenados a penas de mais de dois anos pela Justiça Comum. De acordo com o Conselho, Caldas precisaria ser expulso da Marinha para a manutenção da disciplina na carreira. Uma decisão favorável ao suboficial poderia abrir precedente para novas quebras das normas militares.

A expulsão do suboficial Caldas deve ser confirmada em despacho do comandante da Marinha. O militar será considerado um “morto fictício” —perderá os direitos de prisão especial e passará sua aposentadoria à família.

Caldas deve ser o primeiro de uma grande lista de militares próximos de serem expulsos das Forças Armadas por participação na trama golpista de 2022.

Além de oficiais e praças responderem a processos no Supremo pela invasão aos prédios públicos, outros 24 militares são réus por participação na tentativa de golpe de Estado.

A lista inclui sete oficiais-generais e dois ex-chefes militares —o almirante Almir Garnier Santos (Marinha) e o general Paulo Sérgio Nogueira (Exército).

Atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 (Foto: Joédson Alves/Agencia Brasil)

Quem era o militar expulso pela Marinha?

Marco Antônio Braga Caldas era mergulhador da Marinha. Ele deixou a ativa em 2021, após cerca de 30 anos de serviço, e passou a viver em Balneário Piçarras (SC).

Chegou a Brasília na manhã de 8 de janeiro de 2023 em uma excursão gratuita e diz não saber quem financiou a viagem. Sua intenção, afirma, era protestar contra a eleição do presidente Lula (PT) pelo fato de o petista já ter sido condenado na Justiça por corrupção.

A denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) afirma que Caldas seguiu do Quartel-General do Exército até a Esplanada dos Ministérios em uma caminhada com centenas de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Ele foi preso dentro do Palácio do Planalto. Seu celular, apreendido pela Polícia Federal, mostra fotos e vídeos de Caldas no térreo e no segundo andar da sede do Executivo.

“Dizer definitivamente não ao comunismo. Não à chapa Lula e Alckmin. A nulidade dessa chapa, a intervenção federal”, disse Caldas em uma das gravações.

Em audiência no Supremo, o suboficial Caldas negou que tenha participado da quebradeira. Disse que defendeu um policial militar que era linchado por manifestantes e procurou refúgio no Palácio do Planalto.

Ele ficou preso de janeiro a agosto de 2023, já denunciado pela PGR. O ministro Alexandre de Moraes, do STF, autorizou sua soltura por considerar que todas as provas haviam sido colhidas, e que a liberdade de Caldas não era mais um risco para as investigações.

Antes do julgamento, o militar enviou uma carta aos ministros da corte citando suas décadas de serviço na Marinha para defender sua inocência. Disse ser um “ardente defensor do Estado democrático de Direito” e que sua intenção era participar de uma “manifestação pública pacífica, o que se provou não ser o caso”.

Caldas voltou a ser preso em julho de 2024. Está há 11 meses detido na Escola de Aprendizes de Marinheiros, em Florianópolis (SC).

Ele pediu para ser transferido para o Presídio Regional de Barra Velha, em Santa Catarina, mas a direção da unidade disse que o local está superlotado e é destinado para presos provisórios.

O destino do suboficial deve ser a Penitenciária Industrial de Joinville (SC). Fica um pouco mais distante de sua família do que Barra Velha (SC), mas mais próximo do que o presídio militar do Rio de Janeiro, para onde seria levado.

Redação com ICL Notícias

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