Às vésperas dos depoimentos no inquérito sobre a tentativa de golpe de Estado, realizados na segunda (9) e terça-feira (10), aliados de Jair Bolsonaro (PL) apostavam na imposição de uma sanção do governo dos Estados Unidos contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. No entanto, a medida não se concretizou até agora, o que gerou frustração entre os apoiadores de Bolsonaro, relata Bela Megale, do jornal O Globo.
O movimento para pressionar por uma punição partiu de bolsonaristas que acreditavam que a eventual medida enfraqueceria a imagem do magistrado — responsável pelos interrogatórios de Bolsonaro e outros sete investigados — e, em última instância, poderia até desestabilizá-lo. O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL), que atua diretamente nos Estados Unidos nessa articulação, vinha alimentando expectativas de que uma resposta do governo de Donald Trump viria ainda em maio.
A expectativa era que a sanção enfraquecesse Moraes às vésperas das oitivas, afirmaram fontes próximas ao entorno bolsonarista. Os depoimentos dos réus da trama golpista, no entanto, ocorreram sem qualquer interferência internacional, e o ministro do STF seguiu conduzindo os interrogatórios normalmente.
Até o momento, o desdobramento mais concreto dessa ofensiva foi uma carta enviada pelo Departamento de Justiça dos EUA a Alexandre de Moraes, em maio. O documento indicava que ordens judiciais brasileiras — como as que determinaram o bloqueio de redes sociais como o Rumble — não têm validade legal nos Estados Unidos, nem podem ser executadas no país.
No dia 21 de maio, o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, chegou a declarar que Moraes poderia, sim, ser alvo de sanções por parte da gestão Trump. No entanto, mesmo com essa sinalização, nenhuma medida formal foi anunciada até o momento.
Enquanto o grupo bolsonarista esperava um gesto de Washington que pudesse alimentar sua narrativa contra o Judiciário brasileiro, o curso dos processos ligados à tentativa de golpe que culminou no 8 de janeiro de 2023 avança no Brasil sob comando do STF, sem que as ameaças externas tenham surtido o efeito desejado.
Fonte: Brasil 247
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