Por: Andreza Matais
O senador Renan Calheiros (MDB) jogou água na tentativa do governo de convencê-lo a fazer uma dobradinha com o deputado Arthur Lira (PP) na eleição para o Senado em 2026.
“Sem chance de apoiar o Lira. Ele prejudica os interesses de Alagoas. Transformou a eleição passada numa carnificina”, disse à coluna.
“O presidente até tentou fazer dois eventos conosco, mas eu só fui a um. Me senti mal, constrangido de estar ali com ele (Lira) no palanque”, prosseguiu.
A costura sonhada por Lira passa pelo filho do senador, o ministro Renan Filho (Transportes), desistir de disputar o governo de Alagoas em 2026.
Com isso, o prefeito de Maceió, JHC, ( PL) concorreria ao governo e não ao Senado, limpando o caminho para Lira disputar uma das duas vagas ao Senado e Renan buscar a outra.
No terceiro mandato consecutivo para o Senado, Renan diz para quem quiser ouvir que não precisa de Lira para ganhar um quarto. Ele é senador há 24 anos (cada mandato tem oito anos).
O que Lula tem a ver com a disputa Lira versus Renan? Entenda
O Planalto entra nessa ciranda porque Lula é amigo de Renan Calheiros, o filho do senador é ministro, e os petistas apostam em Lira para dialogar com o centrão.
Deu tudo errado. O grupo não gostou de a deputada Gleisi Hoffmann ( PT- PR) ter apresentado Lira como um “troféu” quando foi nomeada ministra das Relações Institucionais, ao dizer que se dava muito bem com o deputado.
Também guardou-se no pote de mágoas a liberação de R$ 20 bilhões de restos a pagar (dinheiro que fica de um ano para o outro represado) para Alagoas, quando Lira era presidente da Câmara — o que lhe deu protagonismo no estado.
A derrota do governo na tentativa de aumento do imposto IOF ( que incide sobre operações financeiras) foi motivada por vários interesses. A intromissão em acordos eleitorais está entre eles.
Renan na Casa Civil seria tentativa de atender planos de Lira
Com as dificuldades do governo na articulação política, a cada derrota sobe a chama do fogo amigo em Brasília.
Um senador recomenda que Rui Costa use colete à prova de balas para entrar no Congresso, tamanha a rejeição ao ministro por ali. O que motiva as especulações sobre sua troca desde o dia em que sentou na cadeira de ministro. Além do fato de que ele irá disputar o Senado pela Bahia em 2026, o que o obriga a deixar o ministério em abril.
Na república de Alagoas, contudo, qualquer movimento nesse sentido é lido como uma manobra do governo para viabilizar os planos de Arthur Lira, retirando Renan Filho da disputa em Alagoas.
Redação com Metrópoles
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