Anadia/AL

2 de agosto de 2025

Anadia/AL, 2 de agosto de 2025

PL expulsa deputado que defendeu o Brasil

Expulsão de Antônio Carlos Rodrigues escancara um PL ajoelhado diante de Donald Trump e comprometido com a intentona bolsonarista.

ABN - Alagoas Brasil Noticias

Em 1 de agosto de 2025

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Antônio Carlos Rodrigues | Foto: Reprodução

Por Cleber Lourenço

O Partido Liberal (PL) não expulsou um corrupto, um ladrão de cofres públicos ou um traidor de promessas eleitorais. Expulsou Antônio Carlos Rodrigues por algo que, no Brasil de 2025, virou crime imperdoável no bolsonarismo: dizer a verdade, defender a soberania nacional e criticar Donald Trump. Essa decisão não é um episódio isolado; é mais uma peça de um roteiro já conhecido, no qual a lealdade a um líder estrangeiro e a um projeto autoritário sobrepõe-se ao compromisso com o país.

Rodrigues ousou chamar de absurda a sanção de Trump contra Alexandre de Moraes e lembrar ao magnata que não cabe a um ex-presidente estrangeiro meter o nariz nos assuntos internos do Brasil. Em um país minimamente decente, isso se chamaria patriotismo. No PL de Valdemar Costa Neto, isso é motivo de expulsão sumária, como se criticar uma ingerência estrangeira fosse uma afronta maior do que atacar as próprias instituições brasileiras.

plValdemar Costa Neto, presidente do PL (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

O que diz o PL

A nota oficial do partido é um retrato grotesco dessa submissão: atacar Trump, segundo Valdemar, é “ignorância sem tamanho”. Ignorância, na verdade, é se ajoelhar diante de um estrangeiro que age para desestabilizar nossas instituições, aplaudir tentativas de enfraquecer o Supremo e apoiar a importação de um modelo de caos político que Trump semeou nos Estados Unidos. É abdicar da autonomia nacional para fazer parte de um jogo que não serve aos brasileiros, mas sim a um projeto de poder transnacional.

O PL, que já foi legenda de centro, é hoje um comitê de fidelidade ao trumpismo e ao projeto autoritário que explodiu nas ruas em 8 de janeiro de 2023. Dentro do partido, não se exige lealdade à Constituição ou à democracia. Exige-se devoção cega a uma rede de extrema direita que trata a soberania brasileira como moeda de troca e as instituições como obstáculos a serem removidos. E esse alinhamento não se limita ao discurso: ele molda decisões políticas, orienta votações e condiciona alianças.

Rodrigues cometeu o “pecado” de ficar do lado certo: do lado do Brasil. Por isso foi descartado. E o recado está dado: no PL, quem defende a democracia e resiste à intenção de transformar o país em sucursal da guerra cultural trumpista é expulso sem piedade. O silêncio cúmplice da maioria dos parlamentares da legenda revela que a caça aos dissidentes é parte de uma estratégia de purificação ideológica, preparando terreno para futuras ações contra quem ousar discordar.

O que se viu nesta semana é um alerta claro: o PL não está apenas alinhado à agenda de Bolsonaro, mas à de Trump. E esse pacto é uma ameaça direta à democracia brasileira, porque transforma a política externa e interna em ferramentas de um projeto que despreza a soberania e flerta abertamente com o golpismo.

Quem se coloca contra essa engrenagem — mesmo em nome do Brasil — passa a ser tratado como inimigo a ser eliminado. Diante disso, a pergunta é inevitável: quando a próxima tentativa de golpe vier, de que lado o PL vai estar? A resposta já está escrita, não só nas entrelinhas da expulsão de Antônio Carlos Rodrigues, mas também na trajetória recente do partido.

Redação com ICL Notícias

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