Por Plinio Teodoro
Em uma entrevista delirante à BBC Brasil antes de se reunir com representantes do governo Donald Trump, Eduardo Bolsonaro (PL-SP) revelou viver em um universo paralelo onde cria narrativas que servem de base para a atuação como “conselheiro informal”, fornecendo informações sobre uma realidade distorcida para incitar a guerra tarifária e política contra o Brasil e sanções a autoridades do país.
No universo distópico de Eduardo, Lula dá suporte à “ditadura” capitaneada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e o pai, Jair Bolsonaro (PL), que responde a julgamento por tentativa de golpe de Estado seria “só uma das vítimas no meio disso tudo”.
Ao ser confrontado em como “se sente sabendo que sua atuação pode vir a prejudicar a vida dessas pessoas”, sobre a possibilidade de fechamento de 700 mil postos de trabalho no Brasil por causa das sanções de Trump, Eduardo afirmou que “não é a minha atuação. É a atuação do regime”.
Em seguida, afirma que não está preocupado com os efeitos do tarifaço sobre a vida dos brasileiros, mas sim “em ter uma eleição em 2026, com a ampla participação da oposição, com Jair Bolsonaro concorrendo, comigo concorrendo, com várias outras pessoas podendo disputar o pleito”.
Eduardo volta a atacar Moraes, diz estar “disposto a ir às últimas consequências para retirar esse psicopata do poder” e coloca o pai como vítima ao ser indagado se “quando a maior potência do mundo ameaça tarifas sobre o Brasil, caso o Brasil não dê anistia ao seu pai, por exemplo, isso não é também colocar o Brasil como refém?”.
“Na verdade, o meu pai é só uma das vítimas no meio disso tudo”, diz Eduardo, que ecoa Trump chamando o governo Joe Biden de “criminoso” em mais uma tese delirante, de que o ex-presidente dos EUA enviou “seu diretor da CIA [William Burns], o secretário da Defesa [Lloyd Austin], o Conselheiro de Segurança Nacional [Jake Sullivan] […] e vários outros agentes para o Brasil, nos bastidores, para ameaçar que se o Brasil não reconhecesse o resultado da eleição, parece até que eles já sabiam qual seria o resultado, o Brasil sofreria sanções. Isso, sim, é uma ameaça”, responde.
Em sua realidade paralela de ódio, Eduardo ainda desdenha do aliado Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) por que “ele acredita que ainda há espaço para o diálogo”.
“Eu acho que não. Eu acho que o tratamento a ser dado para Alexandre Morais é um tratamento de um criminoso e de um bandido. […] Com o Alexandre de Moraes não tem outro caminho que não a radicalização. É sempre dobrar a aposta. Para Alexandre de Moraes, não há qualquer tipo de negociação. Ele tem que ser sancionado com a Lei Magnitsky. Espero que não demore muito para os Estados Unidos aceitarem a minha humilde sugestão que é de sancionar a esposa dele, para que as outras pessoas ao redor entendam que não vale a pena seguir o caminho ilegal e inconstitucional para o qual Alexandre de Moraes guiou o Brasil”, afirmou o filho “02” de Bolsonaro, dizendo que a atuação de Viviane Barci Moraes em ações no STF “é um caso clássico de corrupção”.
Na entrevista, Eduardo ainda volta a ameaçar os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), caso eles não coloquem a anistia e o processo de impeachment de Moraes em pauta.
“Se no futuro nada for feito, talvez aí a gente tenha também o Alcolumbre e o Hugo Motta figurando nessa posição. O que eu sei é o seguinte: eles já estão no radar e as autoridades americanas têm uma clara visão do que está acontecendo no Brasil e sabem que, por exemplo, o processo de anistia depende de ser iniciado pela mesa do presidente Hugo Motta”.
Redação com Revista Fórum
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