Anadia/AL

10 de novembro de 2025

Anadia/AL, 10 de novembro de 2025

Faria Lima é alvo de megaoperação policial que investiga elo de bancos e fundos com PCC

Banco e fundos de investimentos, que operam no coração financeiro do país, são investigados em um mega esquema criminoso com o crime organizado. Ações conjuntas reúnem 1,4 mil agentes de diversas forças contra 350 investigados em 10 estados.

ABN - Alagoas Brasil Noticias

Em 28 de agosto de 2025

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Operação da Polícia Federal investiga elo entre PCC e Faria Lima. / Créditos: Divulgação/Polícia Federal

✨ Por Plinio Teodoro

Passarela de engravatados, a avenida Faria Lima, em São Paulo, amanheceu nesta quinta-feira (28) ocupada por uma força que une agentes da Polícia Federal, Militar e Civil, além de promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo e fiscais das receitas federal e estadual que promovem uma megaoperação que investiga ligações de bancos e fundos de investimento com o crime organizado, especialmente com a facção Primeiro Comando da Capital (PCC).

As operações conjuntas mobilizaram cerca de 1,4 mil agentes que cumprem 200 mandados de busca e apreensão contra 350 investigados em 10 estados do Brasil.

A ação principal, no entanto, concentra-se no coração financeiro da capital paulista, onde os investigadores fazem busca em 42 alvos, entre empresas, bancos e fundos de investimentos.

Só na Faria Lima, investigadores realizam busca e apreensão em escritórios onde funcionam 14 fundos imobiliários e 15 fundos de investimentos administrados por cinco empresas.
São cinco os núcleos da organização criminosa que estão sendo investigados. O principal é formado pelos empresários Roberto Augusto Leme da Silva, o Beto Loco, e Mohamad Hussein Mourad, do antigo grupo Aster/Copape. Eles teriam se associado ao Grupo Refit (ex-Manguinhos), do empresário Ricardo Magro, que foi advogado do ex-deputado federal Eduardo Cunha.

A PF informou em nota que atua em duas operações simultâneas – Quasar e e Tank – que investigam a atuação do crime organizado na cadeia produtiva de combustíveis.

“As duas operações, embora distintas, têm em comum o objetivo de desarticular esquemas de lavagem de dinheiro, com grande impacto financeiro e envolvimento de organizações criminosas”, diz o texto.

A operação Quasar busca desarticular uma organização criminosa especializada em lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta de instituições financeiras. “A investigação identificou um esquema sofisticado que utilizava fundos de investimento para ocultar patrimônio de origem ilícita, com indícios de ligação com facções criminosas”, diz a PF.

A investigação identificou um esquema sofisticado que utilizava fundos de investimento para ocultar patrimônio de origem ilícita, com indícios de ligação com facções criminosas.

Já a operação Tank tem como foco o desmantelamento de uma das maiores redes de lavagem de dinheiro já identificadas no estado do Paraná.

“O grupo criminoso atuava desde 2019 e é suspeito de ter lavado pelo menos R$ 600 milhões, movimentando mais de R$ 23 bilhões por meio de uma rede composta por centenas de empresas, incluindo postos de combustíveis, distribuidoras, holdings, empresas de cobrança e instituições de pagamento autorizadas pelo Banco Central”, informa a instituição, que cumpre 14 mandados de prisão e 42 de busca e apreensão nos estados do Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro.

Foram bloqueados bens e valores de 41 pessoas físicas e 255 jurídicas, totalizando uma constrição patrimonial superior a R$ 1 bilhão.
Bancos

Segundo informações de Marcelo Godoy, no Estadão, O BK Bank é o principal alvo da operação na Faria Lima e teria movimentado cerca de R$ 17,7 bilhões de forma suspeita, com sonegação de R$ 1,4 bilhão em impostos.

O Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos do Estado de São Paulo (CIRA/SP) pediu o bloqueio de bens que somam R$ 7.672.938.883,21 da instituição, para ressarcimento dos impostos.

Promotores do Gaeco teriam descoberto um intrincado esquema de crimes contra a ordem econômica, passando por adulteração de combustíveis, crimes ambientais, lavagem de dinheiro — inclusive do tráfico de drogas —, além de fraude fiscal e estelionato.

Segundo investigadores, o Primeiro Comando da Capital, o PCC, que foi formado nas prisões de São Paulo, domina parte da cadeia produtiva de etanol, gasolina e diesel associado a agentes do sistema financeiro, como fundos de investimentos, que são usados para lavagem de dinheiro.

Segundo o Gaeco, o esquema criminoso na Faria Lima manteria um esquema gigantesco de ocultação de posições societárias, de rendas e de patrimônio.

Ainda segundo o Estadão, foi decretada a indisponibilidade de bens de quatro usinas de álcool no Estado, cinco administradoras de fundos de investimentos, cinco redes de postos de gasolina com mais de 300 endereços para venda de combustíveis no País. Ao todo são investigadas 17 distribuidoras de combustível, quatro transportadoras de cargas, dois terminais de portos, duas instituições de pagamentos, seis refinadoras e formuladoras de combustível, além dos bens de 21 pessoas físicas e até uma rede de padarias.

✨ Redação com Revista Fórum

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