E os pets não ficaram de fora do ensaio newborn. Em vez das clássicas poses da bebê enroladinha em uma manta com tons pastéis, ele decidiu fazer fotos da filha com a cobra-do-milho, que chamaram a atenção dos internautas nas redes sociais.
Nas imagens, Alice Sophia está usa um vestido vermelho, deitada em um cesto em formato de coração e a cobra está posicionada em cima dela. A bebê parece tranquila e permanece dormindo durante todo o ensaio. Em vídeo publicado pelo pai, é possível ver que o pet também parece calmo e mexe apenas a cabeça, bem devagar.
Repercussão online
As fotos dividiram a opinião dos internautas, com muitos criticando e alegando que a criança estava em perigo. Mas, vale destacar que as jiboias e a cobra-do-milho não são peçonhentas. Wagner não ficou surpreso com a repercussão. “Acreditava que iria gerar revolta, justamente porque a cobra é um animal rejeitado por muitos. Mas teve um lado bom: alguns começaram a se interessar mais pela espécie”, afirma Wagner, em entrevista exclusiva à CRESCER.
‘Sempre fico atento, mas tenho 100% de confiança’
Wagner adquiriu suas cobras legalmente há dois anos. “Sou apaixonado por animais. Meu maior medo era cobra, então, quis enfrentar o medo e comecei a criar. O medo se foi”, conta. Ele sempre realizou o manuseio responsável dos pets e os manteve bem cuidados, alimentados e com saúde em dia.
Quando sua filha nasceu, logo a apresentou às cobras de estimação e afirma que nunca teve nenhum problema. Mas, não as deixa com Alice sem supervisão. “As cobras não tem sentimentos e nem afeto pelo humano, podem morder a qualquer momento. Porém, o costume com manuseio as torna mais dóceis. Elas também não são peçonhentas, caso mordam, é só passar sabão e água. Sempre fico atento, mas tenho 100% de confiança de que elas não iriam atacar minha filha”, diz.
Pode ter cobra de estimação no Brasil?
Sim! O Ibama permite que a criação de cobras não peçonhentas como animais de estimação desde 1997. Mas, para ter uma em casa, é preciso que o animal seja comprado em um criadouro certificado pelo Ibama. Qualquer pessoa pode comprar, não existe nenhum pré-requisito a ser analisado.
“Mas, é importante falar que tem muito criadouro que não é legalizado que acaba às vezes dando golpe, então, sempre tem que ter uma nota fiscal com a informação técnica indicando que aquele criadouro pode fazer essa venda. O animal também tem que vir com um microchip de identificação para o dono e o Ibama acompanhá-lo”, explica Renato Ordones, médico veterinário especializado em medicina de animais silvestres, de São Paulo. Por isso, é importante pesquisar bem o criadouro e verificar se ele tem todas as liberações antes da compra. “É uma forma de evitar que o mercado de animais ilegais acabe crescendo”, acrescenta.
Existem várias espécies de cobras não peçonhentas que podem ser compradas no Brasil, tanto nativas quanto exóticas, entre elas estão a jiboia, jiboia arco-íris, a piton ball e a cobra-do-milho.
“Cada animal tem uma especificidade com relação a sua criação, tanto em relação ao ambiente quanto à alimentação”, diz o veterinário. As diferentes espécies de cobra podem precisar de tratamentos específicos. Alguns vêm de ambientes áridos, outros de mais úmidos, alguns precisam comer todos os dias, outros não. “Por isso, é fundamental que os tutores façam uma consulta de orientação com um veterinário especializado em animais silvestres antes mesmo de fazer a compra”, indica Renato Ordones. “Também é importante que eles fiquem em um terrário fechado e protegido para que não fujam ou se machuquem”, orienta.
Cobras podem interagir com crianças?
“Podem, sim! Esses animais dificilmente irão machucar as crianças, porque, quando estão acostumados com humanos, geralmente são mansos e têm um comportamento bastante tranquilo”, assegura o veterinário. Mas, é sempre importante tomar alguns cuidados. “O animal deve estar já acostumado com o contato, os adultos devem supervisionar a interação para que as crianças não derrubem ou apertem o réptil, o que pode assustá-lo e causar um acidente”, diz.
Também é preciso tomar um cuidado extra na higienização após o contato com estes animais. “Os répteis têm uma microbiota muito diferente da nossa, então, eles têm muitas bactérias ali que podem ser patogênicas para gente, mas que para eles são normais, principalmente a salmonella. Como as crianças têm um sistema imune um pouco menos desenvolvido que um adulto, elas têm mais chances de contrair uma infecção. Por isso, sempre lave bem as mãos após manusear estes animais”, orienta. Tomando estes cuidados e mantendo os répteis bem alimentados, a família não terá nenhum problema!
Fonte: TNH1
✨ Mantenha-se Informado(a).
✨ Curta & Compartilhe 👁️🗨️
