Por Hebert Borges
A 17ª Vara Criminal da Capital recebeu denúncia oferecida pelo Ministério Público do Estado de Alagoas (MP/AL) contra o influenciador digital e ex-policial militar Kleverton Pinheiro de Oliveira, o Kel Ferreti, e outras oito pessoas por envolvimento em um esquema de organização criminosa, exploração de jogos de azar e lavagem de bens.
Entre os outros denunciados estão a ex-esposa de Kel Ferreti, Myla Andrade Duarte Rocha, acusada de integrar a organização, explorar jogos de azar, loteria ilegal e crimes contra a economia popular. Também foram denunciados Igor Campioni de Meneses, conhecido como “Pai do Orgânico”, Laís Cristina Oliveira Inacio, e Eduardo Veloso da Silva Aguiar, todos por integrar a organização e crimes correlatos.
Danielle Pinheiro Duarte, Selma Regina de Oliveira Sabino, Leandro Camilo e Mirele Caetano Moreira da Silva foram denunciados por integrar a organização criminosa e praticar lavagem de bens. Igor Campioni de Meneses é o réu colaborador e, embora o MP tenha pleiteado o perdão judicial antecipado, o juízo indeferiu a medida nesse momento.
A investigação do MP/AL apurou a existência de uma organização criminosa focada na promoção de rifas online, que eram consideradas ilegais e não possuíam autorização para serem realizadas. Kel Ferreti era o líder e controlava a estrutura financeira, pagamentos e divisão dos lucros.
DISTRIBUIÇÃO
A distribuição dos rendimentos era feita, em grande parte, via PIX, baseada em acordos verbais entre os envolvidos. A investigação aponta que a influenciadora Laís Cristina recebia 50% dos lucros. Kel Ferreti ficava com 20%, enquanto Eduardo e Igor recebiam 10% cada. Os 10% restantes eram destinados à taxa do site.
A denúncia detalha movimentações financeiras elevadas e incompatíveis com a renda declarada dos acusados. A empresa KP Publicidade LTDA, de Kel Ferreti e Igor Campioni, movimentou R$ 499 mil em transferências fragmentadas (entre R$ 0,75 e R$ 225,00) em apenas 15 dias, de 01/08/2023 a 15/08/2023.
Myla Duarte, ex-esposa de Ferreti, obteve, segundo a investigação, mais de R$ 307 mil em janeiro de 2024 apenas com a divulgação de casas de apostas e jogos. Ela também realizou saques em espécie de R$ 190 mil e R$ 366 mil, valores incompatíveis com sua renda declarada, de acordo com o MP-AL.
Já Laís Cristina recebeu um montante de R$ 931 mil entre janeiro e abril de 2024. Eduardo Veloso recebeu pouco mais de R$ 459 mil e, subsequentemente, transferiu pouco mais de R$ 423 mil para Laís Cristina, indicando transações suspeitas com a KP Publicidade.
A investigação aponta o uso de empresas como a KP PUBLICIDADE e outras, como VOLUTI e MONETA, em um complexo esquema de lavagem de dinheiro. As evidências envolvem jogos de azar online, fraudes bancárias e uso de “empresas de fachada” para movimentar recursos de origem ilícita.
Igor Campioni de Meneses, que participou da atração de influenciadores e geria o site da KP, teve seu acordo de colaboração premiada homologado. Apesar disso, o pedido de perdão judicial antecipado foi negado pelo Juízo para uma análise mais aprofundada das circunstâncias após a instrução criminal.
O Juízo determinou a citação dos acusados para que apresentem resposta à acusação no prazo de 10 dias. O processo seguirá com a instrução criminal para a apuração da materialidade do fato e dos indícios de autoria.
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Redação com Gazeta Web
