Por: Leonardo Lucena
O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), cobrou a cassação de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Carla Zambelli (PL-SP) após a informação de que a Casa Legislativa gastou R$ 3,3 milhões para custear gastos do gabinete de parlamentares que estão presos ou fora do Brasil, sem registrar presença em sessões.
“Absurdo! A Câmara já gastou R$ 3,3 milhões com deputados presos ou foragidos, caso da Carla Zambelli e do Eduardo Bolsonaro. Você concorda com isso? Deveriam ser cassados imediatamente!”, escreveu o parlamentar na rede social X.
Os valores dos gastos com parlamentares foram publicados pelo jornal O Estado de S. Paulo. Em vídeo, o parlamentar do PT também afirmou que o filho de Jair Bolsonaro (PL) “está fora do Brasil só conspirando contra o nosso país”.
Eduardo e Carla Zambelli estão impedidos de receberem salário da Câmara por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).
Caso Eduardo
A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou denúncia contra o deputado Eduardo Bolsonaro em 22 de setembro. O motivo foram suas articulações junto ao governo do presidente norte-americano, Donald Trump, com o objetivo de impor sanções ao Brasil em razão do inquérito que investiga a tentativa de golpe atribuída a Jair Bolsonaro (PL), condenado a 27 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Entre as sanções determinadas por Trump, está a cobrança de tarifa de 50% sobre produtos exportados do Brasil para os Estados Unidos. O decreto foi assinado em 30 de julho. Além disso, o governo norte-americano suspendeu a concessão de vistos a ministros do STF.
Plano Brasil Soberano
Como reação às tarifas impostas por Trump, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva lançou, em 13 de agosto, o Plano Brasil Soberano. O programa prevê a liberação de R$ 30 bilhões do Fundo Garantidor de Exportações (FGE) para ampliar linhas de crédito com juros reduzidos e reforçar o financiamento às exportações brasileiras.
As medidas incluem a prorrogação da desoneração tributária para empresas exportadoras, o aumento do percentual de devolução de impostos via Reintegra e a simplificação de regras para compras de alimentos realizadas por órgãos públicos. Segundo o Executivo, o plano foi estruturado em três eixos: incentivo à produção nacional, proteção aos trabalhadores e fortalecimento da política externa, com foco na diplomacia comercial e no multilateralismo.
Em junho de 2025, o STF condenou Carla Zambelli à pena de 10 anos de prisão em regime inicial fechado e à perda do mandato, pois a pena a ser cumprida em regime fechado ultrapassa 120 dias (limite estabelecido pela Constituição Federal para ausência em sessões legislativas).
Conforme investigadores, a parlamentar bolsonarista se envolveu em um esquema que tinha a pretensão de invadir sistemas eletrônicos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e emitir falsos mandados de prisão contra o ministro do STF Alexandre de Moraes, relator do inquérito da trama golpista atualmente.
Também no mês de junho, Carla Zambelli resolveu fugir do Brasil e terminou sendo presa no dia 29 de julho.

