“Estudos experimentais e clínicos também já descreveram lesões térmicas e úlceras por ingestão de líquidos muito quentes”, acrescenta a médica oncologista Fernanda Guedes, do Hospital Brasília.
Além da quentura, tabagismo e consumo de álcool são os principais fatores de risco para a ocorrência do câncer de esôfago. “Nenhum desses fatores, isoladamente, determina que alguém terá câncer, mas a combinação e o tempo de exposição aumentam significativamente o risco”, ressalta o oncologista Marcio Almeida, da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC).
Sinais de alerta para câncer de esôfago
Dificuldade ou dor para engolir;
Rouquidão ou alterações persistentes na voz;
Perda de peso sem motivo aparente;
Sensação que a comida “para” no peito;
Dor no peito ou sensação de queimação no esôfago;
Presença de sangue no vômito ou anemia sem causa aparente.
Maior incidência de câncer esofágico no Sul
Estudos apontam que a região sul do Brasil tem a maior incidência de casos de câncer esofágico devido ao alto consumo de chimarrão. A bebida, feita com erva-mate, muitas vezes é preparada com a água em temperatura extremamente elevada, oferecendo prejuízos ao esôfago a longo prazo.
Além disso, pesquisas indicam que o preparo da bebida tradicional pode gerar compostos químicos carcinogênicos, como os hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (PAHs).
Como se proteger
Segundo os especialistas, não é necessário abrir mão do prazer de beber um café, chimarrão ou chá quente. No entanto, a adoção de medidas simples e eficazes são essencias para não tornar o hábito prejudicial. Entre as principais ações estão:
Se estiver muito quente, mexa e assopre a bebida até a temperatura ficar mais amena;
Priorize preparos que reduzam a temperatura, como recipientes que esfriam o líquido antes de chegar a boca;
Fique atento na escolha de ervas para chimarrão e prefira marcas que informem sobre seu processo de secagem e defumação das folhas;
Evite outros fatores de risco, como tabagismo e consumo excessivo de álcool.
“Embora o risco relativo para quem toma bebidas quentes diariamente possa ser substancial em alguns estudos, o risco absoluto individual também depende de outros fatores (tabaco, álcool, dieta, predisposição). Ainda assim, reduzir a temperatura é uma medida simples, de baixo custo e potencial benefício”, finaliza Fernanda.
ABN C/ Gazeta web

















