Por Plinio Teodoro
Ovacionado durante o ato no Palácio do Planalto nesta quarta-feira (26), em que sancionou a lei que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) para contribuintes que recebem até R$ 5 mil mensais, Lula sinalizou quais serão as próximas batalhas em prol da classe trabalhadora mirando a busca pela reeleição em 2026.
Lula foi ovacionado já durante o discurso do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que lembrou a aprovação por unanimidade no Congresso Nacional do projeto de isenção do IR e foi interrompido com coro de “olê, olê, olê, olá, Lula, Lula” ao “celebrar a palavra de um homem honrado, de um trabalhador, de um metalúrgico, que empenhou sua palavra em 2022 e não sossegou até cumprir essa palavra”.
Haddad referia-se ao discurso de Lula durante a campanha de 2022, quando prometeu “colocar o pobre no orçamento e o rico no Imposto de Renda”, que virou realidade com a sanção da lei.
Redução da jornada e PLR
Em seu longo discurso, encerrado com a celebração da prisão de Jair Bolsonaro (PL) e quatro generais, Lula sinalizou qual deve ser seu principal foco de agora em diante, já com vistas à reeleição de 2026: a redução da jornada de trabalho e a isenção de Imposto de Renda na Participação nos Lucros e Resultados (PLR) pagos aos trabalhadores pelas empresas.
Sem a presença dos presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), Lula se referiu a Arthur Lira (PP-AL), relator do PL sobre a isenção do IR, para revelar seus planos.
“Eu estava ouvindo aqui o Lira falar da participação no lucro. É uma coisa que a gente vai ter que avançar. Não sei quando, mas nós vamos avançar. São coisas que a sociedade moderna do século XXI exige. A gente não pode continuar com a mesma jornada de trabalho de 1943. Não é possível”, afirmou, sobre as 44 horas semanais estabelecidas pela legislação trabalhista.
Lula falou em trabalhadores que recebem “cerca de R$ 10 mil” de PLR, que hoje são tributados em uma tabela progressiva de 7,5% a 27,5% de IR. A isenção é apenas para quem recebe até R$ 7.640.
Além do PLR e da redução da jornada de trabalho, Lula deve assumir a bandeira do fim da escala 6×1. As propostas devem ser trabalhadas em duas frentes: uma no congresso, com Gleisi Hoffmann, e outra junto à sociedade civil organizada, que ficará a cargo de Guilherme Boulos.
ABN C/ Revista Fórum
















