Por Plinio Teodoro
Após falar que está muito feliz com o fim da sanção dos EUA a Alexandre de Moraes, relator do julgamento de Jair Bolsonaro (PL) e da organização criminosa golpista no Supremo Tribunal Federal, durante evento de lançamento do SBTNews, em São Paulo, Lula publicou uma foto ao lado do ministro e do ex-jogador Ronaldo Nazário, o fenômeno, nas redes sociais na noite desta sexta-feira (12).
“4 corinthianos se olhando (e pensando no jogão de domingo)”, escreveu o presidente, adaptando figurinhas do WhatsApp e lembrando do jogo entre Corinthians x Cruzeiro, pela semifinal da Copa do Brasil, que acontece neste domingo (14).
Lula também divulgou o momento de seu discurso na emissora de notícias do espólio de Silvio Santos em que fala do fim da sanção a Moraes, decretada por Trump após conversa entre os dois presidentes.
Após alfinetar Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos-SP) com dados da economia, Lula falou da “segundo boa notícia” do dia.
“A segunda boa notícia é que o Silvio Santos fazia tinha 95 anos e o Alexandre Morais faz 35 amanhã. E o Trump deu de presente para ele o reconhecimento de que não era justo um presidente de um outro país punir o ministro da Suprema Corte Brasileira porque tava cumprindo com a Constituição Brasileira”, afirmou.
O presidente brasileiro ainda detalhou a conversa que fez com que Trump decidisse por fim à sanção, baseada em uma narrativa mentirosa levada por Eduardo Bolsonaro (PL-SP) a assessores na Casa Branca.
“Na conversa que eu tive com o Trump a semana passada, Alexandre, ele perguntou: ‘É bom para você?’. Eu falei: ‘não é bom para mim, é bom para o Brasil e é bom para a democracia brasileira. Aqui você não está tratando de amigo para amigo, você está tratando de nação para nação. E a Suprema Corte para nós é uma coisa muito importante, Trump'”, revelou.
“E eu fiquei muito feliz, menos do que você, mas fiquei muito feliz com o fato do reconhecimento e ainda faltam mais pessoas, porque não é possível admitir que o presidente de um país possa punir com as leis dele, autoridades de outro país que estão vencendo a democracia. Portanto, a tua vitória, Alexandre, é a vitória da democracia brasileira”, emendou Lula.
Vitória da soberania
No mesmo evento, Alexandre de Moraes agradeceu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva por seu empenho para que o nome do magistrado e de sua esposa fossem retirados da lista de sancionados pela Lei Magnitisky.
“Eu não poderia deixar fazer um breve comentário agradecendo o empenho que teve em meu nome e em nome da minha esposa, agradecer o empenho do presidente Lula”, disse Moraes.
O magistrado falou ainda que se tratava de um triunfo do Judiciário. “A verdade, com o empenho do presidente Lula e de toda a sua equipe, prevaleceu, e nós podemos dizer com satisfação, com humildade, mas com satisfação, que foi uma tripla vitória. A vitória do Judiciário brasileiro. Judiciário brasileiro que não se vergou a ameaças, a coações e não se vergará e continuou com imparcialidade, seriedade e coragem.”
“A vitória da soberania nacional. Presidente Lula, desde o primeiro momento, disse que o País não iria admitir qualquer invasão na soberania brasileira. Mas, mais do que isso, a vitória da democracia. O Brasil chega hoje, no quase final de ano, dando exemplo de democracia e força institucional a todos os países do mundo. E isso também muito graças à liberdade de imprensa”, falou ainda Moraes.
Sanção dos EUA contra Moraes
O Departamento de Estado dos EUA removeu, de forma oficial, o nome do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e de sua esposa, Viviane de Moraes, da relação de pessoas sancionadas sob a Lei Magnitsky. A medida foi comunicada pelo governo norte-americano sem detalhamento sobre os motivos que levaram à exclusão dos dois da lista.
A sanção havia sido imposta em julho deste ano, com base em alegações relacionadas ao andamento, no STF, do processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), então réu por tentativa de golpe de Estado após a derrota nas eleições de 2022 para Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A retirada ocorre dias depois do último diálogo direto entre os presidentes Donald Trump e Lula, pondo fim à última ação de pressão externa ainda remanescente do período bolsonarista que visava atingir instituições brasileiras.
Em setembro, Jair Bolsonaro foi condenado a pena superior a 27 anos e três meses de prisão pelo envolvimento na tentativa de ruptura institucional e, atualmente, cumpre a sentença na Superintendência da Polícia Federal em Brasília.
Com Revista Fórum

















