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A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou que a estatal brasileira está pronta para transformar a preservação ambiental em oportunidade econômica, com a geração e comercialização de créditos de carbono. A declaração foi feita nesta semana, ao lado do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, no lançamento do programa ProFloresta+, uma iniciativa que alia reflorestamento em larga escala à transição energética.
“Um tempo atrás eu disse para vocês o seguinte: a Petrobras vai entrar nos créditos de carbono. Esse é o início. E eu disse também que nós vamos fazer dinheiro com isso”, afirmou. “Por enquanto, o que estamos fazendo aqui é o nosso compromisso com a captura de carbono. Mais adiante, vamos entrar no negócio firme e vamos ganhar dinheiro com isso.”
O ProFloresta+ prevê a restauração de 50 mil hectares de áreas degradadas da Amazônia, com potencial de gerar aproximadamente 15 milhões de créditos de carbono. Para Chambriard, trata-se de um projeto estruturante e revolucionário, que inaugura um novo padrão de mercado no Brasil, com benefícios diretos à biodiversidade, ao clima e à economia verde.
“Vamos fazer preço, gente. Olha só que coisa importante. Não temos até hoje um preço para crédito de carbono de reflorestamento. Vamos passar a ter. E graças à parceria Petrobras-BNDES”, disse. “Esse projeto é pioneiro. Marca a estreia da Petrobras na compra de créditos de carbono de reflorestamento de longo prazo e estabelece um novo padrão de mercado.”
O programa contará com financiamento a juros simbólicos, subsidiados pelo BNDES, voltado para empreendedores verdes. Segundo Mercadante, os financiamentos poderão ter taxas de até 1% ao ano, o que foi ressaltado com entusiasmo por Chambriard:
“Quem não quer um crédito de 1%? Estamos com Selic a 14%. Vejam do que se trata esse projeto. Não é só Petrobras-BNDES, é um convite para que todo o Brasil participe da construção de um futuro mais sustentável.”
A presidente aproveitou para reforçar que a Petrobras atua há décadas na área ambiental. Lembrou da criação do Proálcool nos anos 1970, do desenvolvimento do biodiesel nos anos 2000 e de projetos como o Polo Arara, na Amazônia, onde a empresa levou atividades legais e estruturadas de produção de petróleo em áreas remotas.
Chambriard também destacou o plantio de 1,4 milhão de mudas em Urucu, no Amazonas, em 2023, e mencionou projetos contínuos de reflorestamento em diversos biomas:
- Mata Atlântica: parceria com a SOS Mata Atlântica já resultou no plantio de mais de 40 milhões de mudas
- Cerrado: ações de restauração em milhares de hectares
- Manguezais: projetos voltados à preservação de ecossistemas costeiros
“Nós atuamos em restauração e conservação de todos os ecossistemas brasileiros. É óbvio que a floresta tem papel de destaque. Mas a nossa atuação é ampla. Está tudo documentado: temos um caderno no meu LinkedIn e na página da Petrobras com todos os projetos.”
Durante o evento, a executiva também anunciou uma redução de R$ 0,17 no preço do diesel, o que representa uma queda de 4,6%. Ela comparou os preços atuais com os de dezembro de 2022, apontando que:
- Diesel: redução nominal de 20,9% e, corrigida pela inflação, de 29%
- Gasolina: queda real de 11,7%
- Querosene de aviação (QAV): redução real de 36,4%
“A Petrobras está comprometida com a sociedade brasileira no replantio de florestas, no enfrentamento do clima, na captura de CO₂, na redução das emissões e na oferta de combustíveis mais acessíveis.”
Por fim, Magda Chambriard reforçou o compromisso da estatal em alcançar neutralidade de carbono até 2050 (net zero). Segundo ela, 15% dos investimentos do plano estratégico 2024–2028 estão direcionados à transição energética.
Redação com Brasil 247