Por Henrique Rodrigues
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), figura central na contenção do extremismo bolsonarista e relator dos julgamentos relacionados à tentativa de golpe de Estado liderada por Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados, reagiu com sobriedade e absoluto desprezo às ameaças de “punição” proferidas por Marco Rubio, atual secretário de Estado do governo Donald Trump. A manifestação de Rubio, feita no Congresso dos EUA, explicitou algum suposto engajamento da gestão republicana nas conspirações forjadas pelo entorno de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), deputado federal licenciado e autointitulado “autoexilado”, que desde 27 de fevereiro encontra-se em território norte-americano enxovalhando a dignidade do próprio país e buscando apoio junto a parlamentares republicanos e figuras da Casa Branca.
A operação de Eduardo, um esforço desesperado para livrar seu pai de uma previsível condenação superior a 30 anos de prisão, tem provocado inquietação institucional. No entanto, não provocou qualquer hesitação por parte de Moraes, cuja firmeza se manteve inabalável.
A conduta do magistrado brasileiro, segundo fontes ouvidas pela Fórum com interlocução nos espaços de poder de Brasília, foi marcada por altivez e absoluto comprometimento com o papel institucional que exerce. Em conversas reservadas com ministros da Corte e emissários do governo Lula (PT), Moraes deixou claro que não responderá publicamente às ameaças, reiterando sua determinação em seguir conduzindo normalmente sua agenda no STF. Para ele, respostas a provocações externas devem vir por canais da diplomacia, sob a liderança legítima do chefe de Estado eleito, o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva.
As declarações de Rubio, feitas na quarta (21), durante uma sessão da Comissão de Relações Exteriores do Congresso norte-americano, acenderam um sinal de alerta em Brasília pelo constrangimento e petulância. Eduardo Bolsonaro, operando nos bastidores da extrema direita, antecipou as tais supostas sanções contra Moraes, algo que em alguma medida ainda é visto com ceticismo. Na prática, é necessário ver se efetivamente tais ações vão se concretizar, até para que as autoridades brasileiras não coloquem o carro na frente dos bois.
A Fórum também apurou que para a quase totalidade dos integrantes do STF, evidentemente incluído aí o ministro Alexandre de Moraes, Eduardo Bolsonaro continua sendo um agente irrelevante fora da bolha radical da extrema direita. Mesmo com o apoio eventual de Trump, o filho “03” do ex-presidente não obteve qualquer elevação de estatura política. Permanece figurando, dentro e fora do Judiciário, como um ator desqualificado e promotor de uma “política” rasteira, alimentada por teorias conspiratórias e práticas violentas. Ou seja, um desclassificado com síndrome de excesso de autovalorização.
Outra informação confirmada pela reportagem é de que ministros do governo federal, sob orientação direta do presidente Lula, procuraram dialogar com os membros do STF para reafirmar que qualquer agressão externa contra Moraes será interpretada como um atentado à nossa soberania nacional. A posição oficial é de que o Brasil, enquanto nação independente, não tolerará interferências hostis travestidas de sanções para perseguir um importante agente público instituído que está apenas realizando seu trabalho em prol da sociedade brasileira.
Redação com Revista Fórum